Bala perdida mata mulher de 35

A operadora de serviços gerais, Cleide Matilde de Lima, 35, foi assassinada com um tiro no tórax, às 18h30 de sábado, em frente à casa do vizinho, enquanto conversava, no bairro Dom Aquino, em Cuiabá. Ela é a terceira vítima da mesma família a ser atingida por balas perdidas de duas gangues do bairro, que há meses brigam entre si.

Há 90 dias, um dos 3 filhos de Cleide foi atingido na coluna, também quando estava em casa, e em consequência do ferimento, hoje, com 19 anos, ele vive numa cadeira de rodas.

A outra vítima da disputa por território no local foi o pai de Cleide, que há 6 meses levou um tiro de raspão, também quando estava em casa. "É uma briga interminável e como a nossa casa fica ao lado de um bar, os integrantes das gangues rivais passam na porta do bar atirando. Nisso, uma criança da rua já foi atingida na boca e agora três pessoas de minha família. Com a minha mãe não teve jeito, foi fatal", contou um dos filhos de Cleide, Valdecir Lima do Nascimento, 21.

Nascimento informa que estava em São Paulo, onde joga futebol no time Rio Branco, de Americana, e tinha voltado para passar as férias em Cuiabá. "Estava de partida amanhã, mas, vou ter que ficar, arranjar um emprego e cuidar de meu irmão de 13 anos. Meu pai morreu há 7 anos".

As duas gangues que brigam no bairro são as do Morro e da Aldeia. Os integrantes dos grupos usam carros e motos quando querem fazer disparos uns contra os outros e a atitude seria frequente no local. "Meu irmão se mudou daqui. Ele ficou traumatizado depois de ser atingido e hoje mora com a mulher e o filho deles. Meu avô também vive em outro bairro e agora acredito que essa também será a nossa solução", avaliou Valdecir.

Cleide trabalhava no Pronto Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) e chegou a ser socorrida, mas já chegou sem vida no local. O filho dela de 13 anos presenciou tudo e foi um dos que ajudou a socorrê-la.