Corpos achados no Rio seriam de incendiários de ônibus

Menos de 24 horas após a tragédia do ônibus da linha 350 na Penha, no qual cinco pessoas morreram carbonizadas após ataque de traficantes, no Rio de Janeiro, os assassinos podem ter sido eliminados por um grupo rival. Na madrugada de hoje, a polícia localizou quatro corpos crivados de balas. Ao lado dos mortos, um cartaz dizia que eles participaram do assassinato dos passageiros.

Os corpos foram deixados dentro de um Meriva prata, no Parque Ari Barroso, na Penha - a poucos metros do local onde aconteceu o ataque, anteontem à noite. O cartaz, assinado por bandidos da facção criminosa Comando Vermelho Roberto Lengruber, tinha os seguintes dizeres:

Taí os que queimaram o ônibus. Nós do CVRL não aceitamos ato de terrorismo. Fé em Deus. Só falta o safado do pela-saco do "Lord" (chefe do tráfico do Morro da Fé).

Investigações da polícia apontam para Paulo Rogério Souza Reis, o "Lord", como o responsável pelas mortes no 350. De acordo com policiais da 22ª DP (Penha), pelo menos seis bandidos teriam participado do ataque ao ônibus. O grupo teria usado dois veículos - um deles roubado minutos antes da ação, na Penha.

Policiais da Delegacia de Repressão a Entorpecentes percorreram os arredores da favela ontem para confirmar a identidade dos suspeitos de participarem do crime. Os acusados tiveram os nomes citados em ligações ao Disque-Denúncia, que registrou 14 chamadas até o início da noite de ontem.

Os dados conferem com informações levantadas pela Polícia Civil, que também apontam para a participação de Paulo Vitor, o PV, e de um homem conhecido como "Toma-Toma".

Apesar de anúncio, morro não foi ocupado

Anunciada pelo secretário de Segurança Pública, Marcelo Itagiba, a ocupação do Morro da Fé por 200 PMs de quatro unidades não se concretizou.