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Sábado - 19 de Novembro de 2005 às 09:25

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A Polícia Civil prendeu ontem dois suspeitos pelo assassinato dos acampados Vanderlei Macena Cruz e Mauro Gomes Duarte, ocorrido quarta-feira na Gleba Gama, em Nova Guarita, região norte de Mato Grosso. Ao contrário do que se imaginou, a morte dos rapazes pode não estar relacionada com a disputa que eles travam com fazendeiros da região. Seria uma rixa interna dentro do acampamento.

Segundo informações da delegacia de Peixoto de Azevedo, os dois suspeitos também são acampados. Na casa onde moram, os investigadores encontraram duas armas longas, um revólver e uma pistola.

Paulo Curte e Deuzimar da Silveira estão sendo investigados como autores dos disparos. O primeiro já possuía um mandado de prisão preventiva expedido pela Comarca de Peixoto de Azevedo. Já Deuzimar da Silveira estava detido ontem para averiguação, enquanto a polícia espera a decretação de sua prisão preventiva.

Ontem mesmo as armas e os projéteis retirados dos corpos foram encaminhados para Sinop, onde a Polícia Civil deverá fazer o exame de balística. A intenção é descobrir se os disparos foram feitos das armas apreendidas.

Um policial que participa das investigações, e que não quis se identificar, disse à tarde que há muitos indícios contra os dois, já que as cápsulas recolhidas no local do crime são compatíveis com o calibre das armas encontradas na casa dos acusados. Além do mais, uma testemunha confirmou à polícia que, dias antes do crime, os Curte e Silveira teriam se desentendido com as vítimas por causa de um lote de terra.

Segundo a Comissão Pastoral da Terra (CPT), os acampados Vanderlei Macena Cruz e Mauro Gomes Duarte foram assassinados por volta do meio-dia de quarta, quando iam de moto para o trabalho, fora do acampamento. O acampado Moacir Nunes, que pescava perto dali, ouviu os disparos, mas preferiu não se aproximar. “Fiquei com medo de haver alguém me esperando. Então voltei para o acampamento”.

A princípio, imaginava-se que os assassinatos tivessem ligação com a luta pela posse da terra, travada entre fazendeiros e pequenos produtores. O Incra alega que a Gleba Gama, de 16 mil hectares, pertence à União. Por isso, entrou com ações para retirar os fazendeiros e colocar os pequenos produtores. Em razão disso, o clima ficou tenso na região.





Fonte: Diário de Cuiabá

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