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Cidades/Geral
Quarta - 16 de Novembro de 2005 às 07:35
Por: Alecy Alves

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O comandante geral da Polícia Militar, coronel Leovaldo Salles, determinou a instauração de sindicância para apurar denúncia de supostos maus-tratos contra alunas do curso de soldados do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (Cefap). A decisão foi tomada a partir de queixas anônimas apresentadas à Corregedoria da PM e órgãos de imprensa.

Entre outras acusações, estão de que alunas estariam sofrendo humilhações morais, sendo castigadas com detenções por até uma semana sem direito a retornar para casa dos pais ou parentes no final do expediente diário de estudos, permanecer em forma sob sol forte durante horas, capinar o pátio da academia, lixar e lavar paredes e banheiros.

A dona de casa A.S.P.P. denunciou à reportagem que a filha dela estava detida havia dias, por motivos banais, sem direito a visita de parentes ou receber alimentos e produtos de uso pessoal levados pela família. “O tratamento lá está sendo pior que dos presídios”, protestou a mãe.

As primeiras denúncias chegaram ao conhecimento da Corregedoria informalmente no mês passado. O corregedor, coronel Marlan Bispo dos Santos, disse que recebeu uma advogada, que não saberia dizer o nome porque não houve registro formal da visita e da denúncia dela, para tratar desse assunto.

A advogada representava uma aluna e buscava informações sobre detenções. Na ocasião, diz o coronel Marlan Bispo, os fatos foram esclarecidos e não chegou a haver denuncia formal.

Mas ontem a questão voltou a ser levantada e o comando geral decidiu pela apuração formal. O comandante geral, coronel Leovaldo Sales, em entrevista ao Diário disse que não recebeu nenhuma denúncia formal. Entretanto, diante de várias reclamações anônimas, achou por bem instaurar uma sindicância. “Queremos saber o que realmente está acontecendo lá para acabar com essas especulações”, observou o comandante.

O comandante do Cefep, tenente-coronel Jorge Antônio Paredes, disse que abriu as portas da academia para que a imprensa e a comunidade possam acompanhar a apuração das denúncias. Paredes disse que já conversou com as alunas e as informou que todas estão livres para expor suas queixas sem medo de represálias.

O tenente-coronel assumiu a direção da academia há pouco mais de dois meses. Ele disse que quando chegou lá implantou um sistema de estudo obrigatório às alunas que estavam com notas abaixo do mínimo exigido à aprovação (menos de 50% de aproveitamento).

Das 42 alunas, quase a metade, segundo ele, havia reprovado na disciplina de Educação Física, e em matérias básicas como Munição e Armamento. “É inconcebível que em quatros meses de academia tenhamos aluno que não dê conta de acionar o gatilho da arma, como acontecia”, disse.





Fonte: Diário de Cuiabá

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