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Cidades/Geral
Terça - 15 de Novembro de 2005 às 14:42

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Cerca de 70% das amputações do sistema de saúde são de partes do corpo de pessoas portadoras de diabetes, sendo que um dos principais problemas enfrentados é o chamado pé diabético. Pequenas lesões evoluídas pela falta de cuidados geraram somente no ano passado 17 mil amputações de coxas e pernas, a um custo anual de R$ 18,2 milhões para o Sistema Único de Saúde (SUS). Os números não contam com as cirurgias para retirada de dedos necrosados, que são realizadas em maior quantidade.

A situação é considerada dramática pelo Ministério da Saúde e demais organizações internacionais e foi escolhida como tema do Dia Mundial de Combate ao Diabetes, comemorado ontem. O dia internacional foi marcado no Brasil pelo Congresso Brasileiro de Diabetes, que conta com a presença de especialistas do mundo todo.

Durante o evento, um grupo de trabalho instituído pelo ministério fez sua primeira reunião com o objetivo de traçar Diretrizes Nacionais para Prevenção, Diagnóstico Precoce, Tratamento e Reabilitação das lesões do "Pé Diabético". O grupo foi criado com base em portaria assinada pelo ministro da Saúde, Saraiva Felipe, no último dia 26 de outubro. O ministério já executa ações preventivas como o Pratique Saúde, que estimula hábitos saudáveis de vida, e distribui gratuitamente medicamentos na rede do SUS.

Estima-se que 11% da população brasileira de 40 anos ou mais é portadora de diabetes. Em 1996, a prevalência da doença era de 120 milhões de pessoas no mundo e está prevista para atingir 250 milhões em 2025, devido ao envelhecimento crescente, à obesidade, ao estilo de vida sedentário e às modificações nos padrões diabéticos. As úlceras nos pés são iniciadas por cortes superficiais e deformidades no pé, muitas vezes relacionados à perda de sensibilidade do portador da doença. Associado à perda da capacidade de cicatrização, a ferida evolui até haja a necessidade de amputação. A prevenção com acompanhamento rígido e educação dos pacientes e dos profissionais de saúde pode prevenir até 85% dos casos de amputação. A meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma redução de 50% das taxas de amputação. Os diabéticos podem se prevenir com a inspeção regular dos pés e o uso de calçados adequados. Calçados que são impróprios, novos e de uso apenas recente, ou a falta de calçados são os principais traumas causadores das ulcerações. No sistema de saúde, todos os pacientes devem ser examinados pelo menos uma vez ao ano. A falta de sintomas não significa que os pés sejam saudáveis.

A previsão é de que até o início de 2006 o ministério já tenha traçado uma política de prevenção ao chamado pé diabético, que servirá para regulamentar as capacitações dos profissionais de saúde e definir responsabilidades dos gestores de saúde com a compra de insumos para o diagnóstico e tratamento desse tipo de complicação do diabetes.




Fonte: Folha do Estado

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