Produtores vão fechar as rodovias federais e estaduais amanhã

Os sindicatos rurais dos municípios-pólo de Mato Grosso que vão sediar a manifestação dos agricultores do Estado, como parte do protesto da classe produtora em nível nacional, amanhã (31), coordenam os últimos detalhes para garantir uma grande repercussão ao movimento. O fechamento das principais rodovias federais e estaduais faz parte da programação em todas as regiões de Mato Grosso. A concentração dos produtores rurais e máquinas agrícolas, no chamado SOS Rural, vai acontecer em Alto Araguaia, Rondonópolis, Primavera do Leste, Nova Xavantina, Tangará da Serra, Sorriso e Sinop.

A Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) repassou aos sindicatos que organizam a sugestão para que o protesto seja realizado das 8h às 18h, com fechamento estratégico das rodovias entre 8h e 10h e 14h e 16 h.

Com o trânsito paralisado os produtores irão fazer uma intensa panfletagem para esclarecer à população sobre as causas da crise na agricultura. "A sociedade, de um modo geral, desconhece as dificuldades que o produtor enfrentou na safra 04/05. Problemas que, hoje, estão refletindo nas cidades porque a agropecuária é a principal fonte de renda, é o que movimenta a economia dos municípios mato-grossenses e do País", argumenta o presidente da Famato, Homero Pereira.

Os problemas com a seca, excesso de chuva e ferrugem asiática durante o desenvolvimento das principais commodities (soja, algodão e milho) elevaram o custo de produção em 35%, em relação à safra anterior. “Considerando que o dólar estava cotado a R$ 3,10, na hora do plantio e, agora, no momento de comercializar a safra, a moeda norte-americana está valendo R$ 2,42, a conta não fecha”. A receita do produtor é muito menor que a despesa.

De acordo com dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), da Famato, no caso da soja, o prejuízo é de R$ 440 por hectare plantado, ou seja, o que pesa no bolso do produtor. A produção de grãos no Estado na safra 04/05 atingiu 23 milhões de toneladas (t), em 8,43 milhões de hectares, mas a produtividade foi desigual nos municípios. Em alguns, a produtividade de soja chegou a 55 sacas por hectare, em outros, 30 sacas por hectare.