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Cidades/Geral
Segunda - 23 de Maio de 2005 às 21:55

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A polícia do Pará suspeita de crime de encomenda no assassinato do ex-presidente da Associação de Moradores do Moju, Raimundo Moraes Pinheiro, que liderava uma comunidade de famílias sem-terra que lutam pela regularização dos lotes há mais de cinco anos. Ele tinha problemas com grileiros em uma área da rodovia Santarém-Cuiabá, no sudoeste do Pará.

Saiu para caçar e apareceu morto na sexta-feira, com um tiro no peito, na altura do km 108 da BR-163. O corpo foi retirado da mata sábado e enterrado domingo, em meio a protestos de familiares e amigos.

Segundo seus familiares, mesmo depois que deixou o comando da entidade, Pinheiro continuou a combater a invasão de terras na região por grileiros e madeireiros. A área onde o lavrador foi assassinado é palco de uma disputa acirrada por grandes extensões de terra. Famílias que há décadas moram na floresta estão sendo expulsas por grupos armados a serviço de madeireiras. Grileiros de Mato Grosso atuam na compra e venda de terras com documentos falsificados em cartórios dentro e fora do Pará.

O asfaltamento e a privatização da BR-163 entre Cuiabá e Santarém, aprovados na semana passada por um decreto presidencial, serão acompanhados de um plano de desenvolvimento regional que se propõe a corrigir três décadas de ocupação desordenada na Região Amazônica. O plano abrange 71 municípios de Mato Grosso, Pará e Amazonas.

Uma das cidades beneficiadas pelo Projeto BR-163 Sustentável é Anapu (PA), onde a freira Dorothy Stang foi assassinada em fevereiro. O crime foi apenas um entre milhares que se sucedem desde 1973, quando a estrada foi aberta na mata.





Fonte: 24 Horas News

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