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Quinta - 19 de Maio de 2005 às 18:50
Por: Flávia Albuquerque

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São Paulo – A indústria do estado de São Paulo apresentou saldo positivo de contratações pelo quarto mês consecutivo, mas o ritmo de contratações e a própria indústria estão perdendo força, afirmou hoje o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini. Francini divulgou a pesquisa mensal de contratações e demissões da federação. O Índice de Nível de Emprego foi de 0,61% em abril, com um saldo positivo, entre contratações e demissões, de 12.595 novas vagas de trabalho criadas.

Para Francini, o emprego continua crescendo, mas em nível inferior às taxas registradas anteriormente. Os dados deste ano da Fiesp, porém, oscilam: 0,31% em janeiro, 0,74% em fevereiro, 0,45% em março. O índice de abril é o terceiro melhor para esse mês nos últimos cinco anos, que teve pico de 0,83% em 2004 e 0,62% em abril de 2002. Nos primeiros quatro meses deste ano, o índice totaliza crescimento de 2,11% (43 mil novas contratações). No acumulado dos últimos doze meses corridos, o crescimento foi de 6,31% (125.975 novas vagas). No gráfico comparativo entre dados da federação paulista e os do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do Ministério do Trabalho e Emprego, as contratações da indústria paulista mostram um desempenho inferior ao do país.

"A tendência é de o nível de emprego se estabilizar no patamar zero. Eu acho que isso é preocupante, que os dados estão lançados e eu me refiro à valorização do Real, que há de promover seus efeitos mais severos", avaliou Francini. Ele estima que esses efeitos devam ocorrer especialmente no segundo semestre. Paulo Francini declarou que ao elevar ontem a taxa de juros básica, o Copom sinaliza a possibilidade de continuar a elevar a taxa de juros nos próximos meses. "Dessa forma isso há de provocar os seus efeitos negativos, tirando mais ainda o vigor da produção industrial. E achamos que essa perda vai levar a estabilidade ao decréscimo".

Os setores que mais contrataram, percentualmente em relação a seu quadro de empregados, foram os de azeite e óleos alimentícios, seguido pelo de rações balanceadas; artefatos de papel, papelão e cortiça; e relojoaria. Francini destacou, porém, que em número de contratações os maiores resultados fora nos setores de aparelhos elétricos e eletrônicos e de autoveículos. "O vigor do setor de aparelhos elétricos pode ser atribuído à expansão do crédito à pessoa física e no caso dos autoveículos se deve também à exportação".

Entre os que deixaram de contratar, Fancini ressaltou curtimento de couro e peles, calçados de Franca e calçados em geral. "O Setor de calçados mostra claramente que foi afetado pela taxa cambial com redução nos dois sindicatos que temos, além do setor de curtimento de couro".

A expectativa para o segundo semestre é de que haja um recuo, porque, na avaliação do economista, a inércia da valorização do Real e a elasticidade das exportações indicam essa possibilidade. "Basta olhar, é sempre difícil fazer uma previsão. Todos os sinais indicam que nós vamos ter períodos piores à frente". Mas mesmo assim Francini acredita na possibilidade de mudanças que surpreendam o mercado. "Pode acontecer alguma coisa para que não aconteçam os períodos piores. Nós só temos alguns indicadores".




Fonte: Agência Brasil

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