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Cidades/Geral
Sábado - 07 de Maio de 2005 às 14:16
Por: Alana Gandra e Juliana Andrade

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Rio de Janeiro - As taxas de fecundidade estão relacionadas à pobreza e à densidade demográfica: quanto maior a pobreza e menor a concentração populacional, maior a fecundidade. É o que mostra o Perfil das Mães Brasileiras, divulgado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro. Para o diretor do Centro de Políticas Sociais da FGV, Marcelo Néri, esse é o principal resultado do estudo.

Segundo o levantamento, as menores taxas de fecundidade são verificadas nos municípios de Santos e São Caetano, em São Paulo, e Niterói, no Rio de Janeiro. Além da reduzidos níveis de pobreza, as três cidades apresentam altos índices de desenvolvimento humano (IDHs) e elevada concentração populacional, conforme o estudo. Já os municípios da Amazônia são os que registram as maiores taxas de fecundidade, resultado da combinação entre pobreza e baixa densidade populacional.

No que se refere à taxa de maternidade entre mulheres, o estudo mostra que, em municípios com um maior número de mães, as mulheres costumam ter menos filhos. Outra conclusão é que essas localidades tendem a apresentar maiores IDHs, menores taxas de pobreza e maiores indicadores de aproveitamento educacionais.

Em entrevista à Agência Brasil, Marcelo Néri, diz que essa relação permite fazer uma "celebração responsável da maternidade", sob o ponto-de-vista social. Santa Catarina, por exemplo, um dos estados brasileiros com maior taxa de maternidade, (2,06 filhos nascidos vivos), tem índices sociais considerados bons. Já o município de Jordão (AC), que apresenta o segundo menor IDH brasileiro, tem uma taxa de maternidade baixa, apenas 40% das mulheres são mães.

Para Néri, a presença das mães "como protagonistas sociais" é importante para explicar os indicadores. "Na verdade, as ações sociais modernas, como o Bolsa Família e outros programas similares implementados em outros países com outros nomes, aproveitam o canal da mãe que cria, educa com responsabilidade, ou faz com que o filho freqüente as aulas, a mãe que cuida da vacinação, cuida da saúde do filho", observa o diretor. "Eu diria que a própria política social está reconhecendo o papel central da mãe na geração de bons resultados sociais que, no fim, é o que vai gerar bons resultados econômicos também", ressalta.





Fonte: Agência Brasil

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