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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Domingo - 01 de Maio de 2005 às 09:44
Por: José Ribamar Trindade

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A Polícia vive dizendo que está de “olho vivo nos bandidos”. Que faz operações, que compra viaturas, que moderniza suas armas e que investe na mão-de-obra especializada para qualificar as investigações. Só que, os furtos, os roubos, os latrocínios (roubos seguidos de morte), os roubos com invasão de residência, o tráfico de drogas e os crimes de homicídios nunca param. Desconfiada e acuada, a população que não pode andar armada, coloca em ação sua arma mais poderosa: a câmera de vídeo. Virou febre, tanto que as casas estão virando um autêntico “Big-Brother”.

Antes, apenas algumas casas de pessoas de alto poder aquisitivo tinham esse privilégio. Hoje, por onde andam os bandidos e os cidadões de bem, não é difícil se perceber uma câmera olhando em cada direção. A privacidade das pessoas, com certeza foi-se para as “cucuias” de uma vez por todas, pintada de verde e amarelo.

“Atenção, você está sendo filmado. Tem casa lotérica, que além de avisar que existem câmeras de vídeo, também alerta para o seguinte: “Essa agência possui cofre com boca de lobo, fechadura de retardo e a chave fica em poder da seguradora”. É o medo, simplesmente isso. As pessoas imaginam que fazendo esse tipo de alerta o bandido vai deixar de roubar.

Puro engano. Os bandidos, como as câmeras, também estão em todos os lugares: das luxuosas panificadoras do centro e dos bairros de classe média alta, às da periferia. Estão também nas casas lotéricas, em caixas eletrônicos, em joalherias, nas lanchonetes, nos bares, nos restaurantes, nas grandes e pequenas lojas, nas farmácias, nos postos de combustíveis, em supermercados, dentro e fora de bancos, nas empresas, nas repartições públicas, em escritórios, em edifícios, em residências, enfim, por todos os lugares. Tem câmera até dentro de elevadores, tanto é verdade, que agora querem instalar câmeras até mesmo dentro de coletivos.

A insegurança é geral. O medo deu lugar ao pânico e as pessoas imaginam que a salvação, ou pelo menos um pouco de intimidação aos bandidos podem ser as câmeras. Nos prédios e nas residências, além das câmeras, as pessoas também se armam com cercas elétricas.

Um empresário que pediu para não ser identificado – ele também tem medo -, não esconde que o seu faturamento com instalação de câmeras e cercas elétricas triplicou nos últimos dois anos, em Cuiabá e Várzea Grande. A febre ou o medo são tão grandes, que um casal quis saber se não dava para instalar uma câmera dentro do carro.

“Verdade. Nós instalamos câmeras e cercas elétricas numa casa de luxo, e o casal perguntou se não daria para instalar uma filmadora dentro do carro. O casal alegou que já havia sofrido dois assaltos-relâmpagos”, disse o empresário.

As câmeras, segundo um especialista em segurança que também preferiu não se identificar, ajudam mas também incomodam e tiram a privacidade, principalmente do cidadão de bem.

“Mesmo que você não esteja fazendo nada e que não pretenda fazer nada de errado, você se sente deprimido, acuado, como se fosse um bandido sendo observado para onde quer que se movimente dentro de um supermercado. Em determinados lugares as pessoas já evitam até ir ao banheiro, imaginando que pode estar sendo filmadas. É horrível, deprimente mesmo”, afirma o especialista.

Com ou sem câmera e cercas elétricas, os ladrões não estão nem ai. Alguns usam e abusam da violência, matando pessoas até na frente das filmadoras, e outros costumam ser mais folgados: comem e bebem durante um assalto, e ainda levam o cofre da empresa para abrir em outro lugar.

Alguns bandidos são tão folgados e audaciosos, principalmente em Cuiabá, que inclusive, já foram registrados dois casos em que os bandidos levaram até os caixas eletrônicos, com câmeras e tudo.





Fonte: 24 Horas News

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