Mato Grosso inova em política de terapia intensiva e tratamento do paciente crítico

Há quase um ano a Secretaria de Estado de Saúde está praticando uma política de terapia intensiva e de tratamento ao paciente crítico que coloca Mato Grosso na vanguarda da regulação médica para o uso otimizado dos leitos de UTI. A normas que estão sendo estudadas pelo Ministério da Saúde para implantação a nível nacional, já vêm sendo praticadas no Estado desde que o secretário de Estado de Saúde, Marcos Henrique Machado, assumiu a direção da pasta.

O superintendente da Central de Regulação do Sistema Único de Saúde, Vander Fernandes, afirmou seguir o seguinte princípio para gerir bem o uso otimizado de UTIs no Estado: “A UTI existe para salvar vidas”. Para cumprir essa missão de salvar vidas de uma forma eficiente o superintendente explicou que existem alguns critérios a serem seguidos. “Estes critérios foram elaborados por médicos intensivistas levando em consideração dados clínicos, aspectos de humanização do tratamento do paciente em estado crítico, o aspecto da otimização dos recursos e, o mais determinante de todos, a necessidade de salvar vidas”, explicou Vander Fernandes. “Desde que foram colocados em pratica, de julho de 2003 até hoje, nenhum problema ético foi citado, demonstrando que os critérios em nenhum momento impediram a devida assistência a quem necessita”.

A Central de Regulação foi um dos primeiros serviços a serem descentralizados, atendendo à orientações da política de interiorização proposta pelo governador Blairo Maggi e implementada, no âmbito da Saúde, pelo secretário Marcos Henrique Machado. Na capital do Estado o serviço possui uma equipe de 15 médicos reguladores que, de acordo com norma orientadora do Ministério da Saúde, de janeiro de 2001, possuem atribuição de Autoridade Sanitária. São eles que monitoram o uso dos 178 leitos de UTI nos hospitais de Cuiabá. E em cada um dos 14 Escritórios Regionais de Saúde, espalhados pelos pólos de Saúde do interior do Estado, dois médicos reguladores dão plantão constante de atendimento. A média de regulações mensais realizadas na Central chega a 3.600 atendimentos.

Vander Fernandes informou que, embora os problemas que haviam na política de terapia intensiva e no tratamento do paciente em estado crítico estejam sendo resolvidos com as 289 UTIs instaladas no Estado, ainda há uma necessidade de aumentar os leitos e aprimorar o sistema. “Vamos continuar sempre em busca da perfeição, é claro”, prometeu o superintendente. Ele anunciou a instalação de 20 leitos de UTIs pediátricas e neonatal e outros 10 leitos UTIs cardiológicas. O superintendente disse estimar que esses novos leitos serão instalados até maio deste ano. “Com esse número de leitos de UTI acreditamos poder estar oferecendo um serviço de eficiência para os pacientes em estado crítico que venham a precisar de terapia intensiva”, comentou.

Em outra frente resolutiva de medidas o superintendente de Regulação revelou que a Secretaria de Estado de Saúde está capacitando 40 médicos num curso de Especialização em Terapia Intensiva. O curso realizado na Escola de Saúde Pública é divido em módulos, o que facilita a freqüência da grande maioria de médicos do interior inscritos, e terá duração de 15 meses. “Com esse curso, primeiro do gênero no país”, explicou Vander Fernandes, “estaremos resolvendo a situação em que teríamos UTIs, mas não teríamos profissionais médicos especializados para operá-las. Os 40 primeiros formados vão agir como multiplicadores de conhecimento e repassarão as informações obtidas no curso para seus colegas”. Vale ressaltar que este curso esta sendo realizado em parceria com a Sociedade Médica de Terapia Intensiva, sendo, portanto oficial.