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Cidades/Geral
Terça - 12 de Abril de 2005 às 09:21
Por: Juliana Andrade

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Brasília - A Operação Tango, deflagrada para desarticular uma organização criminosa envolvida com crimes financeiros e lavagem de dinheiro, prossegue nesta terça-feira (12). A operação foi desencadeada ontem (11) pela Polícia Federal, com a participação da Corregedoria Geral da Receita Federal, simultaneamente em cinco estados e no Distrito Federal. Dos 14 mandados de prisão expedidos pela 1ª Vara Federal de Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Justiça Federal em Porto Alegre, apenas um ainda não foi cumprido.

A Operação Tango mobilizou 300 policiais federais. Das 13 prisões, quatro ocorreram em São Paulo, três no Rio Grande do Sul, outras três no Distrito Federal, duas no Rio de Janeiro e uma na Paraíba. Além desses estados, a operação também foi deflagrada no Tocantins. Entre os presos estão empresários, advogados e contadores, mas, segundo o corregedor-geral da Receita Federal, Moacir Leão, há uma lista de servidores públicos envolvidos no esquema fraudulento, que representou movimentação financeira de cerca de R$ 1,5 bilhão.

As investigações também resultaram em 27 mandados de busca e apreensão. Além de computadores e documentos, os agentes apreenderam cerca de 20 automóveis, entre os quais um Mercedes, um iate e dois aviões, segundo informações da assessoria da Polícia Federal no Rio Grande do Sul. O material apreendido será levado para a Superintendência da PF em Porto Alegre, para começar a ser analisado.

Segundo a Polícia Federal, a organização atuava a partir da criação de créditos "frios", oferecidos a empresas com dificuldades financeiras. O grupo era chefiado pelo argentino Cesar de la Cruz Mendoza Arrieta, apontado por uma Comissão Parlamentar de Inquérito como um dos maiores fraudadores da Previdência Social.

As investigações começaram a ser realizadas em 2002 pelo Núcleo de Repressão a Crimes Financeiros e Lavagem de Dinheiro da Polícia Federal no Rio Grande do Sul, em Santa Maria, no interior do estado. À época, um grupo liderado pelo argentino encaminhou pedido de restituição de R$ 75 milhões, quantia considerada muito elevada para o porte da cidade.

De acordo com Moacir Leão, cerca de R$ 1 bilhão foram fraudados apenas no Rio Grande do Sul desde 1997. Segundo o corregedor-geral, o golpe mais comum consistia em abater tributos federais, principalmente Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) e Imposto de Renda, com créditos tributários frios ou não habilitados, oferecidos a empresas em dificuldades financeiras para compensar dívidas e obrigações fiscais.





Fonte: Agência Brasil

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