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Agronegócios
Sábado - 09 de Abril de 2005 às 13:12
Por: Gustavo Porto

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Ribeirão Preto, 8 - A Alellyx Applied Genomics, empresa de biotecnologia da Votorantim Novos Negócios, anunciou o término do seqüenciamento genético do vírus da leprose dos citros e início das pesquisas para o desenvolvimento de variedades transgênicas de laranja resistentes à doença. A empresa espera que em um ano sejam feitos os primeiros testes de campo com as novas variedades de laranjas doce e entre cinco e dez anos elas devam estar disponíveis para serem cultivadas comercialmente.

Os anúncios foram feitos ontem, na sede da Alellyx, em Campinas (SP), para um grupo restrito de cientistas e representantes de empresas do setor citrícola. A leprose dos citros é considerada uma das principais doenças que atingem a citricultura e os gastos para controlar o vetor do vírus, o ácaro Brevipalpus phoenicis, superam R$ 300 milhões por ano no Brasil. É a metade do que é investido em todo o controle químico nos pomares.

De acordo com a diretora da Alellyx, Ana Cláudia Rasera, com genoma terminado os pesquisadores da empresa passaram a utilizar partes do vírus seqüenciado no desenvolvimento das variedades transgênicas resistentes à leprose dos citros.

Segundo Ana Cláudia, no processo de transgenia são seguidas duas linhas: o primeiro é o de inserir no genoma da laranjeira a seqüência do vírus responsável pela sua capa protéica. A planta desenvolverá uma superprodução dessa capa protéica e evitará com que, no ataque, o vírus possa se reproduzir. "O vírus se livra da capa protéica para começar sua reprodução.

Como há a produção na planta dessa capa ele sempre vai estar coberto", disse. "É como se o vírus fosse tirar roupa e sempre houvesse uma outra para cobri-lo", comparou a pesquisadora. Outra técnica utilizada de transgenia é semelhante a uma vacina, de acordo com a diretora da Alellyx. Nela, a planta desenvolve a resistência atacando inicialmente a seqüência transgênica do vírus e, posteriormente, dispara o ataque natural contra o próprio vírus.

A diretora da Alellyx Applied Genomics, Ana Cláudia Rasera, informou ainda que a empresa já testa variedades de laranjas transgênicas resistentes à morte súbita dos citros (MSC). A doença, descoberta no País em 2001, já dizimou pelo menos 3 milhões de pés de laranja em pomares de 30 municípios dos estados de São Paulo e de Minas Gerais.

A empresa, da Votorantim Novos Negócios, foi a primeira a anunciar, em 14 de outubro de 2003, o isolamento e o seqüenciamento do Citrus Sudden Death Virus (CSDV - do inglês Vírus da Morte Súbita dos Citros), cuja patente pertence à Alellyx.

As pesquisas para desenvolver variedades transgênicas resistentes à MSC seguem a mesma linha da adotada nos experimentos da leprose relatados agora. Ao contrário da leprose, cujo vírus ataca as variedades cujas copas são de laranja doce o vírus da MSC ataca os porta-enxertos de limão cravo e de limão volkameriano. (segue)





Fonte: Agência Estado

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