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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 21:30
Por: Thaís Brianezi

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Apuí (AM) - As cerca de 150 pessoas que estão participando em Apuí (AM) das consultas públicas do Plano BR-163 Sustentável têm interesses e visões diferentes sobre o desenvolvimento. "Temos aqui os colonos que vieram do sul do país e de Rondônia, que pensam que para trabalhar é preciso desmatar. E temos as populações ribeirinhas, que dependem da floresta e sofrem a pressão da grilagem", avaliou Adilson Vieira, coordenador do Grupo de Trabalho Amazônico (GTA). Conciliar o agronegócio com o chamado desenvolvimento sustentável na área sob influência da rodovia BR-163 (Cuiabá-Santarém), estabelecendo os limites de atuação de cada um, é justamente um dos objetivos expressos no Plano BR-163 Sustentável.

Jaqueline Carla Ferraso é proprietária da madeireira Incorpol, a única de Apuí que trabalha com plano de manejo aprovado pelo Ibama, segundo informações da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável. "Nosso plano de manejo vence no fim do ano.O Instituto de Terras do Amazonas recusou a concessão de uma área que havíamos pedido, mas já tem uma empresa de fora se instalando lá. Estou participando da consulta para saber se o governo vai dar prioridade às cinco madeireiras que já estão na cidade", revelou Jaqueline.

Tatiana Pinheiro, cuja família mora na Comunidade Bela Vista, às margens do rio Guariba, um dos focos de grilagem apontados pelo GTA, aproveitou a reunião para fazer uma denúncia. "Já identifiquei um grileiro. Eles vêm espionar. Agora a situação está calma, porque o governo está aqui. Mas os grileiros já avisaram que vão voltar".

A costureira Maria Lúcia dos Santos não tinha uma noção exata do objetivo da consulta, mas estava disposta a descobrir. "Gosto de ficar bem informada. Se a gente não vem à reunião, nem sempre encontra pessoas para repassar as coisas que aconteceram, do jeito certo", alertou Maria Lúcia.

Adilson afirmou que a qualidade de participação dos agricultores na consulta pública foi prejudicada porque a versão atual do Plano que está sendo debatida - um texto de 116 páginas - foi disponibilizada apenas pela internet. "Em Apuí mal funciona o telefone. Além disso, a linguagem do documento é muito técnica", criticou ele.

A assessoria de comunicação do Grupo de Trabalho Interministerial responsável pela elaboração do Plano BR-163 Sustentável informou que há 15 dias, cerca de 60 cópias do documento foram trazidas a Apuí – algumas distribuídas durante uma reunião que discutia o zoneamento ecológico-econômico do município, enquanto outras ficaram disponíveis na Câmara Municipal da cidade.





Fonte: Agência Brasil

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