Especialistas discutem no Rio formas mais eficientes de reflorestamento

Rio - Especialistas em florestas de 41 países estão reunidos em Petrópolis, na região serrana do estado, para discutir as formas mais eficientes de reflorestamento no mundo. Em entrevista ao programa Redação Nacional, da Rádio Nacional do Rio de Janeiro, o diretor de florestas do Ministério do Meio Ambiente, Tasso Rezende de Azevedo, alertou que a situação brasileira é crítica, pois o desmatamento e a degradação acontecem em proporção muito maior do que a capacidade de recuperação.

Para ilustrar a situação da Mata Atlântica no país, Tasso destacou que em Petrópolis apenas 7% da floresta original são preservados. "A floresta funciona como uma esponja, retendo a água da chuva e depois soltando a água aos pouquinhos, mantendo o solo sempre úmido. Se há a retirada da vegetação, a chuva bate diretamente no solo, que cede, provocando as quedas de barreiras nas regiões montanhosas, poluindo rios, matando pessoas e peixes. Por isso, o reflorestamento é absolutamente urgente, para que a gente possa garantir a qualidade da água e fazer a estabilização do solo", explicou.

O especialista disse que a Ásia e a África são os continentes que mais sofrem com a devastação de florestas, e nos quais poucos países têm programas de reflorestamento. Na Europa, no entanto, que passou por um processo de devastação no século 19, as florestas estão em plena recuperação. "Não precisamos ter que passar por essa lição. Aqui no Brasil ainda temos chance de manter a floresta em pé para não ter que depois restaurar toda ela", disse.

Segundo Rezende, no Brasil o desmatamento está diretamente associado à ocupação ilegal da terra (grilagem), daí porque o governo tem trabalhado para agilizar a reforma agrária.

Rezende é um dos participantes do Fórum Mundial sobre Florestas, que termina nesta sexta-feira com a elaboração de um relatório sobre a situação florestal dos 41 países participantes do encontro. O documento será apresentado pelo Brasil no Fórum de Florestas das Nações Unidas, previsto para o final de maio na Inglaterra.