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Agronegócios
Quinta - 07 de Abril de 2005 às 14:09
Por: Eduardo Ramos

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Mais de 150 produtores rurais participaram ontem em Rondonópolis da reunião o superintendente do Banco do Brasil, Dan Conrado, para discutir a prorrogação das dívidas rurais dos produtores que tiveram problemas com a seca e com a Ferrugem Asiática na região Sul. O encontro teve a presença de prefeitos da região, de lideranças ligadas aos setores da Agricultura e Pecuária e, segundo os participantes, todos saíram mais tranqüilos.

O superintendente do Banco do Brasil, Dan Conrado, descartou a possibilidade de unificar as negociações como queriam muitos produtores. No entanto ele assegurou que nenhum produtor que tenha tido problemas nesta safra ficará fora da prorrogação.

“Temos de cumprir a lei e ela é clara no que tange ao estudo caso-a-caso. Não posso afirmar que 100% dos produtores tiveram ou não problemas com a Ferrugem Asiática ou com a seca, mas posso assegurar que todos os que estiverem nessa situação terão a prorrogação das dívidas”, afirmou Dan Conrado.

As propostas para a prorrogação das dívidas referentes aos recursos administrados pelo BNDES(Moderfrota ou Moderinfra) e Finame Agrícola Especial que venceram ou tem vencimento até o próximo dia 30 de abril devem ser encaminhadas ao Banco do Brasil até o dia 15 deste mês. O produtor, ou cooperativa, deve entregar o documento na agência do banco em sua cidade e as propostas vão ser analisadas por uma equipe de 150 técnicos do banco em Cuiabá. Em caso de ter o pedido de prorrogação negado, o produtor pode recorrer.

As resoluções do Banco Central, Condel e BNDES estabelecem ainda que as propostas de prorrogação das dívidas vincendas no mês de maio devem ser encaminhadas até 15 dias antes do vencimento e, para as demais prestações vincendas em 2005, o prazo para propor a negociação termina no dia 31 de maio. As parcelas negociadas deverão ser pagas em 2006 ou transferidas para o final do contrato no caso de produtores e cooperativas de municípios onde foi decretado estado de emergência.

Durante a reunião, realizada no auditório do Parque de Exposições de Rondonópolis, os produtores também foram informados que várias instituições de crédito privadas (em sua maioria bancos de fábricas de máquinas e insumos) também vão aderir ao programa de renegociação das dívidas.

Produtores

Entre os produtores a opinião é de que a conversa com os representantes do Banco do Brasil foi positiva e esclarecedora. O presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso-Aprosoja, Rogério Salles, disse que a renegociação garante mais tranqüilidade, mas não diminui a necessidade de mobilização da categoria.

“Tivemos a oportunidade de esclarecer dúvidas e saímos daqui um pouco mais tranqüilos. Acho que o mais importante é que conseguimos chamar a atenção dos produtores para o assunto e, se entendermos que são necessárias mais medidas, teremos de continuar juntos e dispostos a lutar”, avalia Salles.

O presidente da Federação da Agricultura de Mato Grosso-FAMATO, Homero Pereira, também avaliou positivamente o resultado da reunião e disse que os produtores e as entidades representativas da classe devem ficar atentos para garantir que a negociação de fato ocorra e atenda todos aqueles que enfrentam problemas.



“Obviamente os problemas do setor são muito mais amplos que apenas os débitos de investimento, mas conseguimos avançar bastante e precisamos agora ver se esse resultado positivo vai se confirmar nas agências do Banco do Brasil. A nossa expectativa é de que todos os produtores possam ser acomodados dentro dessas resoluções. Precisamos agora que os produtores protocolem seus pedidos dentro dos prazos estabelecidos e aguardaremos a reação do banco”, concluiu.





Fonte: Primeira Hora/Diário de Cuiabá

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