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Cidades/Geral
Sábado - 02 de Abril de 2005 às 07:54
Por: Edivaldo de Sá

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O anuncio da contaminação de pessoas que tomaram caldo de cana, pela Doença de Chagas, está repercutindo em todo o Brasil, depois que pelo menos 30 se tornaram vitima no litoral norte de Santa Catarina, infectadas depois de ingerir caldo de cana, possivelmente contaminado por fezes do vetor, popularmente conhecido por barbeiro. Outras 75 pessoas estão sob suspeita de terem se infectado.

Há mais de 20 anos, vendendo o caldo de cana, em Nortelândia, Edson Carvalho dos Santos, 59, mais conhecido como Baianinho, nunca imaginou que o seu produto pudesse transmitir o mal de chagas, e lamenta que as pessoas tenham deixado de consumir o que alguns chamam também de garapa.

Antes do anuncio dos casos em Santa Catarina, Baianinho, vendia 50 caldos por dia, hoje não passa de 10, afirma ele, garantindo que o seu produto é manuseado com muita higiene. “A produção é própria, limpa e muito bem cuidada. Rapo a cana, guardo no congelador e meu engenho é higiênico” afiança o “garapeiro”. Com orgulho disse que os médicos da cidade tomam do seu caldo de cana. “Isso que estão dizendo não tem nada a ver, rapaz, até o Dr° Aguiar toma deste caldo”.

Os vendedores de caldo de cana da região, ouvidos pela reportagem disseram que o movimento caiu mais da metade. “Infelizmente as pessoas estão com medo e acreditam que podem ser infectadas ao ingerir o caldo de cana aqui também, com isso o nosso movimento caiu muito” disse Baianinho.

A Secretária de Estado de Saúde (SES), já foi notificada das medidas determinadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), objetivando evitar novos casos da doença no Brasil.

A Anvisa repassou duas determinações, sendo que a primeira é que todos os doadores de sangue passem por uma triagem específica quanto ao Mal de Chagas. Antes de doar, a pessoa terá que informar se esteve no litoral norte de Santa Catarina entre os dias 1º de fevereiro e 23 de março e se tomou caldo de cana lá. Se a resposta for positiva, a doação será impedida. Isso porque, até cerca de duas décadas atrás, a principal forma de transmissão da doença era o barbeiro, hoje, é a transfusão.

Em Mato Grosso, o tipo de barbeiro que é o principal vetor da doença, já foi erradicado, mas há dois anos, foram diagnosticados dois casos de contaminação chamada de “autócto”, ou seja dentro do estado.




Fonte: RepórterNews

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