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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 23 de Março de 2005 às 15:25
Por: Simone Menocchi

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Ilhabela - Depois da denúncia publicada nesta quarta-feira pelo Estado sobre a venda irregular de terrenos em loteamentos na Ilhabela, no litoral norte de São Paulo, e o envolvimento do prefeito Manoel Marcos de Jesus Ferreira (PTB) nas transações comerciais, a prefeitura e os proprietários de imobiliárias mandaram recolher o jornal logo cedo nas bancas.

Os donos das sete bancas de jornais de Ilhabela pediram sigilo sobre seus nomes mas contaram que sempre que há denúncias em jornais é a mesma história. "Eles mandam buscar todos. Eu, já sabendo disso, fui colocando os exemplares aos poucos e acabei conseguindo vender escondido".

Irregularidades

A denúncia publicada pelo Estado é de que imobiliárias de Ilhabela estão vendendo terrenos irregulares nos loteamentos Siriúba 1 e 2, inclusive dentro da área do Parque Estadual, que ocupa 85% do município. Uma delas, a Ilhabela Imóveis, tem como sócio o prefeito da cidade, Manoel Marcos de Jesus Ferreira (PTB). "Mantenho a sociedade, mas estou afastado das funções", disse. Os dois loteamentos têm aprovação da prefeitura.

Um laudo do Departamento Estadual de Proteção de Recursos Naturais (DEPRN) aponta que 60% dos 190 lotes do Loteamento Siriúba 2 apresentam irregularidades. Essa área é vizinha do Siriúba 1, que também tem problemas, segundo o DEPRN, órgão vinculado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente.

De acordo com o relatório, o Siriúba 2 tem um lote totalmente inserido e outros sete parcialmente dentro no Parque Estadual e na faixa de tombamento do Condephaat, na área denominada Morro do Elefante.

Recolhido nas bancas

Segundo outros dois proprietários de bancas a correria pelo jornal ocorreu em meia hora. "Abrimos às sete e meia. As oito horas já não tinha mais jornais. Eles mandam funcionários comprar. Não sei quem esteve aqui".

Mas os "compradores" não esperavam que a matéria também fosse publicada no Jornal da Tarde. "A gente vendeu todos os exemplares do JT também. Os moradores querem ler sobre as denúncias. Teve gente que quis pagar o dobro, mas não tinha mais nenhuma unidade".

Em uma terceira banca, o funcionário - que também não quis revelar o nome com medo de represália - disse que muitos correram para São Sebastião para comprar o jornal, mas na principal banca do município vizinho também não havia mais nenhum exemplar.

Na prefeitura, a informação foi negada. De acordo com os comerciantes, os jornais comprados são escondidos para que a população não veja. "Mas isso não adianta nada já que todo mundo comenta e até emprestam o jornal de assinantes".





Fonte: Agência Estado

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