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Cidades/Geral
Sábado - 19 de Março de 2005 às 12:27
Por: Graciele Leite

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Por volta das três horas da madrugada começa a peregrinação de usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em postos e policlínicas de Várzea Grande. O déficit no quadro médico, falta de medicamentos e materiais para exames faz com que pacientes precisem enfrentar longas filas todos os dias para tentar marcar consulta ou exame. Às vezes, mesmo chegando de madrugada ao local, ainda não conseguem agendar o atendimento. E retornam no dia seguinte.

Ontem de manhã, a reportagem esteve na policlínica do Cristo Rei, posto de saúde da Cohab-Cristo Rei e policlínica do Parque do Lago. De acordo com o relato de funcionários que não quiseram se identificar, o problema é geral e abrange todas as unidades.

No Cristo Rei, 20 mulheres aguardavam atendimento de ginecologista que chegaria às 9 horas da manhã. Porém, já eram quase 10 e ele não estava no local de trabalho. Todas tiveram que chegar lá de madrugada para garantir a vaga naquele dia. É o caso de Roseli Mattos, 40, Selma da Silva, 33, Ana Natália Moreira, 44, Ana Cristina Marques, 33, Michele Faria, 24, e Dilma Lopes, 58.

De acordo com elas, a movimentação no local começa por volta das 2 horas da manhã e até às 6 horas chegam usuários. "Outro dia, vim 4h30 e não consegui marcar exame", diz Ana Cristina. Embora o posto comece a atender às 8 horas, eles contam que ficam até o fim da manhã para pegar a ficha. "Não entendo por que não agendam a consulta. A gente chega aqui de madrugada, correndo o risco de assalto e estupro", teme Elza Araújo, 45.

Funcionários do posto de saúde da Cohab-Cristo Rei, que não quiseram citar o nome, reclamam a falta de clínico geral e medicamento para hipertensão desde janeiro. "Estou envergonhado de dizer isto aos doentes que vêm buscar o remédio. Além disso, o posto só funciona de manhã", disse um deles. Acrescentam que a demanda lá é menor e por isso não há tanto problema para conseguir consulta. Para evitar filas, agendam o atendimento para semanas à frente.

O diretor da unidade no Parque do Lago se identificou como Francisco Pacheco. Porém, se recusou a dar entrevista sobre a situação do posto de saúde. Usuários que esperavam atendimento no local contaram que lá não há clínico geral no momento. Também reclamam de terem que chegar lá de madrugada para conseguir consulta ou exames. "Cheguei aqui às três da madrugada. Vou ter que esperar até às três da tarde para marcar dentista para minha mulher. E será para segunda-feira. O quadro de horários informa que há atendimento o dia todo, mas na verdade só ocorre de manhã", diz Sebastião da Silva Santos, 35.




Fonte: A Gazeta

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