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Agronegócios
Terça - 08 de Março de 2005 às 03:44
Por: Jander Ramon

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São Paulo, 7 - Nem mesmo a quebra em cerca de dez milhões de toneladas da safra de soja, no sul do País e em parte do Mato Grosso do Sul, poderá diminuir a dificuldade de escoamento da safra deste ano, estimou há pouco o diretor-presidente da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros. "Vamos ter o mesmo problema que no ano passado ou algo até pior", afirmou à Agência Estado.

Segundo ele, no último ano, houve uma piora das rodovias brasileiras em relação ao ano anterior, ocasionada essencialmente pela falta de investimentos federais no setor. "A queda da ponte entre Curitiba e São Paulo é um exemplo dessa falta de recursos, provocando mais congestionamentos na rodovia (Régis Bittencourt) e aumentando o preço do frete em 10%", comentou.

Mendonça de Barros disse que a maior parte dos investimentos em curso em portos do Brasil ainda sofre atraso e, também por este motivo, o País sofrerá sérias restrições para escoar a safra agrícola.

A consultoria MB Associados estima que a seca na região sul do País, que atinge a totalidade do estado do Rio Grande do Sul, parte dos estados de Santa Catarina, Paraná e Mato Grosso do Sul e também parte do Paraguai e Argentina, resultará numa quebra de 10 milhões de toneladas de soja na safra deste ano. "A indicação que temos até o momento é de que a situação no Sul é desastrosa, com extensão até o Mato Grosso do Sul", afirmou o Mendonça de Barros.

Segundo ele, há possibilidades reais de o preço da commodity passar por recuperação no curto prazo. Além da quebra da safra brasileira, Argentina e no Paraguai também terão reduções, o que já levou o mercado a elevar a cotação do grão em US$ 1/saca no mês passado. Além disso, a última estimativa divulgada pela USDA indica diminuição da safra norte-americana de soja de 83 milhões de toneladas para 78 milhões de toneladas.

"Ao mesmo tempo, a China segue em rota de crescimento, pressionando o consumo. Como o preço da soja segue muito baixo, há indicações de que teremos uma melhora da remuneração", observou. "No fim de março, teremos uma nova estimativa da USDA, melhor balizada, e teremos condições de avaliar uma possibilidade mais concreta de o preço evoluir." O diretor-presidente da MB Associados participa do "Painel Setorial Serasa Infra-estrutura", na capital paulista.




Fonte: Agência Estado

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