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Cidades/Geral
Quinta - 24 de Fevereiro de 2005 às 10:40
Por: FÁBIO MONTEIRO

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O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) já liberou cerca R$ 600 mil para a construção de um Centro de Comercialização, em Cuiabá, que vai gerenciar a produção dos trabalhadores da agricultura familiar. O recurso foi conseguido graças aos trabalhos do Conselho Territorial da Agricultura Familiar da Baixada Cuiabana.

O conselho, que é formado por membros dos governos municipais, estadual, federal e agricultores familiares dos 13 municípios que formam a Baixada Cuiabana (Acorizal, Barão de Melgaço, Chapada dos Guimarães, Cuiabá, Jangada, Nobres, Nova Brasilândia, Nossa Senhora do Livramento, Planalto da Serra, Poconé, Rosário Oeste, Santo Antônio de Leverger e Várzea Grande), está estudando desde fevereiro de 2003 a implantação desse Centro para suprir as necessidades dos agricultores.

Nesta quarta-feira (23.02), em Chapada dos Guimarães (64 km de Cuiabá), foi encerrado o quinto encontro do Conselho, onde foi discutido mais detalhadamente o funcionamento do Centro de Abastecimento. Cerca de 60 pessoas, entre prefeitos, vereadores, funcionários do Estado e Federal e dos agricultores familiares participaram desta etapa.

De acordo com o delegado federal de desenvolvimento agrário em Mato Grosso, Dieter Metzner, o projeto já está em fase de finalização. “Vamos acelerar os diagnósticos sobre as demandas dos mercados para que, juntos aos agricultores, possamos entrar no mercado para competir”, disse. A Prefeitura de Cuiabá já doou o terreno para a construção do Centro.

Um dos benefícios da obra será a diminuição dos ‘atravessadores’ – pessoas que compram a mercadoria para revender – fazendo com que os produtos cheguem até o consumidor final. “Vamos elaborar, em uma outra reunião, uma marca ou selo para indicar que o produto é fruto da agricultura familiar”, comenta Metzner.

Segundo a gerente regional da Secretaria de Desenvolvimento Territorial do MDA, Rosângela Barros, é fundamental a participação dos pequenos agricultores nessas discussões. “Todos os projetos são voltados para a melhoria de vida deles e isso é de grande importância. Nada é decidido sem o aval dos agricultores”, enfatiza.

A construção dessa Central está contida dentro do Plano de Desenvolvimento para obter recursos do Pronaf-Infra-estrutura, do Governo Federal. Esse recurso é obtido através de estudos das necessidades de cada território, nos quais são verificadas as demandas comuns do Município, para depois serem liberados recursos para o desenvolvimento de um plano que abranja todos os territórios envolvidos.

Em Mato Grosso, existem três territórios – o Portal da Amazônia, Baixo Araguaia e Baixada Cuiabana. Desde 2003 os parceiros estão trabalhando para o desenvolvimento da região, somando um montante de mais de R$ 3 milhões arrecadados do Pronaf, para serem usados no desenvolvimento desses territórios.

“Esse trabalho todo faz parte de um processo, no qual os agricultores participam da administração da gestão dos projetos, para que possam ser engajados nesse trabalho que vai gerar a inclusão social e econômica”, comenta o delegado.

Em contrapartida, o Governo do Estado entra com mais 10% do valor cedido pelo Governo Federal, para ajudar na solução das demandas dos agricultores. Em relação ao Centro, Mato Grosso cedeu uma parcela a mais para ajudar na capacitação dos trabalhadores, na compra de maquinário e na infra-estrutura para o prédio. “A idéia do Governo do Estado não é sustentar esses territórios, e sim incentivar o desenvolvimento dessas regiões, gerando uma economia independente”, disse.

VALORIZAÇÃO – Para os trabalhadores rurais que fazem parte do programa de Agricultura Familiar, esse processo de trabalho faz valorizar o agricultor, engajando-os no mercado. De acordo com a agricultora Carmelita Joana da Paixão Brito, de 64 anos, e moradora de Chapada dos Guimarães, a participação dos pequenos produtores rurais na deliberação das necessidades de suas regiões é de suma importância para a independência e crescimento da Agricultura Familiar. “É uma satisfação termos esse espaço e, principalmente ter voz para opinar e decidir sobre o que é melhor para nós. Agora vemos que não estamos sendo desvalorizados”, comenta. “Esse projeto veio para ficar e vai melhorar a vida de todos os que trabalham na terra”.

O agricultor Irany Bispo da Silva, de 64 anos, mora em Acorizal e disse que só tem a agradecer ao Governo do Estado pela possibilidade de poder traçar um futuro melhor para a sua família. “Participo desde 2004 desse Conselho e já posso ver os resultados. Nossa produção, em breve, estará nas prateleiras do mercado graças ao Centro de Comercialização que vai nos ajudar a crescer”, disse.

“O Estado nos deu um desafio e posso dizer que não é fácil, mas com o apoio que recebemos do Governo, nós já podemos prever que o futuro de meus netos já será bem melhor. A valorização do trabalhador rural já é uma realidade em Mato Grosso”, assinala o agricultor.





Fonte: Secom - MT

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