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Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Domingo - 20 de Fevereiro de 2005 às 10:53
Por: Márcia Oliveira

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Dom Pedro Casaldáliga, ex-bispo da prelazia de São Félix do Araguaia, é um dos 12 ameaçados de morte que vivem em Mato Grosso e um dos 161 nomes que constam na lista feita pela Comissão Pastoral da Terra (CPT). Assim como a irmã Dorothy Stang, 73, que foi assassinada no sábado (12) por pistoleiros, em Anapu (PA), Casaldáliga recusou proteção pessoal, mas, afirma que quer ser protegido pelo Estado, assim como qualquer outro cidadão. "A ameaça para mim não é o principal problema, o que temos que tirar de lição da morte da missionária é que o país precisa urgentemente fazer a reforma agrária, a agrícola e social. O país precisa se conscientizar de que a terra não é um bem a ser entregue na mão de alguns. Todos têm esse direito, assim como o direito a casa, a moradia. Conflitos como o que se envolveram os sem-teto de Goiás não podem existir. Tais injustiças não podem permanecer", afirmou o ex-bispo.

Casaldáliga afirma que foi ameaçado de morte durante os 36 anos dos quais vive em Mato Grosso e nos quais esteve do lado de trabalhadores, índios, mulheres e pobres em conflitos agrários com latifundiários. "A última vez que recebi ameaça foi em 2004, quando a briga entre grileiros e índios xavantes foi agravada na área da reserva indígena Marawatsede, também conhecida como Suiá Missú. Naquele época, além de mim, outras pessoas sofreram ameaças. Entre eles estão integrantes de órgãos federais como Incra e Funai", lembrou o ex-bispo.

O problema na reserva indígena ainda não foi solucionado e segundo o religioso no local existe uma tensão permanente que fica visível de tempos em tempos. "Como nenhuma decisão foi tomada, cerca de 500 índios convivem com aproximadamente 300 famílias de posseiros e grileiros como se fossem duas famílias inimigas numa mesma casa. Sendo assim, a qualquer hora situações complicadas podem aparecer. O caso está em segunda instância na Justiça Federal e enquanto isso os posseiros continuam plantando e desmatando a área da região".




Fonte: A Gazeta

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