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Cidades/Geral
Sexta - 18 de Fevereiro de 2005 às 07:44
Por: Daniele Danchura

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“O SOS Criança virou uma nova Casa do Porto, fechada nos anos 90 porque tinha virado um QG de menores, onde praticavam sexo, usavam droga e se escondiam da polícia”. A denúncia é do promotor da Infância e Adolescência de Cuiabá, José Antônio Borges, ao se referir à instituição que atende crianças de rua e vítimas de violência na Grande Cuiabá, se baseando nas irregularidades denunciadas no dia 28 de janeiro deste ano.

Ao todo, no documento entregue pelos Conselhos Tutelares de Cuiabá ao promotor, constam 25 denúncias, que vão desde pequenos furtos cometidos pelos abrigados a até mesmo motins.

No documento enviado pelos conselheiros tutelares ao promotor José Antônio Borges, constam que os adolescentes e as crianças abrigadas no SOS Criança se trancavam na sala de televisão até de madrugada para assistirem a filmes pornôs, além de adolescentes também mostrarem os pênis aos conselheiros em seus alojamentos.

Os menores também ameaçavam os conselheiros e os funcionários da entidade.

Os abrigados, segundo as denúncias dos conselheiros, mantinham relações sexuais entre si e fumavam droga livremente, além de pularem o muro e fugirem do SOS Criança.

Uma das conselheiras relatou que em 28 de dezembro, dia de seu plantão, o SOS recebeu uma denúncia de crianças de sete a 11 anos praticando furtos. Os funcionários do SOS buscaram as crianças e quando retornaram à instituição, outros menores os esperavam na esquina da entidade e gritavam para que soltassem os que estavam dentro da Kombi, ameaçando com lâmpadas fluorescentes quebradas e vidros de álcool.

Para o promotor, os problemas aconteceram porque o número de funcionários foi reduzido no período de fim de ano, por causa de férias, licenças, aposentadorias e transferências para outros órgãos. “Poucos funcionários ficaram de plantão, aproximadamente uns 20 segundo os conselheiros, com isso quem ficava de plantão corria risco”, salientou José Antônio Borges.

Borges ressaltou ainda que o SOS Criança só não ficou em estado de abandono porque membros dos conselhos tutelares ficavam de plantão no local, sendo que depois acabaram indo para o programa Sentinela pois não aguentaram a situação vivida na casa de apoio.

“Não quero acreditar que criou-se essa situação para expulsar os conselheiros de lá de dentro. Agora os conselheiros saíram e volta tudo ao normal, restabelecendo a ordem na casa”, acusou o promotor.

Segundo Borges, ele solicitou à Fiscalização Preventiva Integrada (FPI) para que seja feita uma vistoria no prédio do SOS Criança e também requisitou à presidente da Prosol, Márcia Gebara, que seja aberto um procedimento interno, para que sejam prestadas informações oficiais da situação do órgão para apurar de quem é a responsabilidade. “Isso está previsto na lei 8.429, de improbidade administrativa, artigo 22”, lembrou o promotor.




Fonte: Folha do Estado

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