Publicidade
Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 16 de Fevereiro de 2005 às 14:26
Por: Jairo Costa Júnior

    Imprimir


O prédio situado na Ribeira agora é morada dos sem-teto vinculados ao MSTS

Quarenta e oito famílias ligadas ao Movimento dos Sem-Teto de Salvador (MSTS) ocuparam, no final da manhã de ontem, o Solar Amado Bahia, construção histórica situada na Ribeira. A ação ocorreu depois que os integrantes do MSTS cumpriram mandado de reintegração de posse expedido pela 19ª Vara de Feitos Cíveis, determinando a retirada dos membros do movimento do prédio do Colégio Nossa Senhora das Graças, em Caminho de Areia, onde eles estavam há pouco mais de um mês.

A coordenadora do MSTS, Leda de Cássio, afirmou que a ocupação do prédio foi acompanhada todo o tempo pela Polícia Militar (PM). "A partir de agora, as nossas ações serão vistoriadas pela PM, para que depois não nos acusem de roubar ou danificar nada", disse Leda. Até o fim da tarde de ontem, os sem-teto continuavam transferindo móveis, roupas e utensílios domésticos para o solar.

O diretor de patrimônio da Associação dos Empregados do Comércio da Bahia e vizinho do solar, Hamilton Costa Rufino Filho, garantiu que o prédio ocupado ontem pelo MSTS pertence atualmente à entidade que ele representa. O imóvel de dois pavimentos, situado na Rua Porto dos Tanheiros, Nº80, com vista frontal para a Baía de Todos os Santos, foi construído no final do século XIX e serviu de residência para a família Amado Bahia, cujos membros eram ricos donos de terra.

Embora o coordenador do MSTS diga manter esperanças de permanecer "por alguns anos no imóvel", a ocupação de ontem pode não durar muito tempo. É que o solar é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) desde 29 de janeiro de 1981, não podendo sofrer nenhum tipo de alteração em sua estrutura. "No local, já funcionou escolas em duas ocasiões, e até o início de 2003 tinha um brechó no lugar", conta Rufino Filho.

Ele disse que entrou em contato com o presidente da associação, Jabu Abud, para informá-lo sobre a ocupação e saber quais seriam as medidas judiciais a serem tomadas. "Ele ficou de dizer o que fará a partir de agora. Mas eu já tinha avisado que o solar estava abandonado há cerca de dois anos e que teríamos de fazer alguma coisa. Agora, só resta aguardar", conforma-se Rufino Filho.

O coordenador estadual do MSTS, Jhone Bastos, reafirmou a intenção de manter a ocupação de prédios definidos pelo movimento como "sem função social", apesar dos sucessivos revezes judiciais enfrentados ultimamente pela entidade. O grupo de sem-teto que ocupou o solar foi o mesmo que permaneceu cinco meses no galpão da Mesbla, e mais seis meses no Edifício Sampaio, de onde saíram em janeiro. Ambos os imóveis ficam na cidade baixa.





Fonte: Correio da Bahia

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/359699/visualizar/