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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Domingo - 13 de Fevereiro de 2005 às 12:43

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A comerciante Neusa (nome fictício), 44, acordou cedo para trabalhar e quando tentou tirar o carro da garagem de casa foi impedida pelo marido que a puxou pelos cabelos do meio da rua até a cozinha. Depois de obrigá-la a esquentar a comida da noite anterior, também manteve ela sentada a sua frente enquanto se alimentava calmamente. O olhar dele era de ódio e desprezo. Entre uma frase e outra, repetia que a amava muito. "Você está desobediente, precisa aprender o seu lugar". Trêmula, Neusa apenas obedeceu. Em momentos assim, ela relata que tinha medo de morrer.

Apesar das surras de cinta, dos murros no rosto e nas costas, dos pontapés, tapas, empurrões e das inúmeras agressões verbais, ela continuou casada por 10 anos. Apenas uma única vez procurou a polícia. Arrependeu-se em seguida e retirou a queixa. Ninguém ficou sabendo. Ela tinha vergonha do seu fracasso. "Como encarar as pessoas, minha família, e dizer que errei? Queria que desse certo, por isso fui dando chances a ele, esperando um milagre".

Há sete anos, conseguiu se libertar. Ela admite que o pior sentimento que carrega até hoje é a culpa por ter colocado em risco a vida dela e das duas filhas. Além da depressão, ansiedade, baixa auto-estima, enxaqueca e insônia.

A dona de casa Lurdes (nome fictício), 52, continua casada com o marido (agressor). Hoje ele já não a agride fisicamente, pois está idoso. Por 35 anos de casamento, sofreu em silêncio as investidas sexuais na calada da noite, surras e ameaças de morte. Ela conta que aos 16 anos de idade, na primeira semana de casamento, o marido correu atrás dela com uma faca, para tentar esfaqueá-la. "Parecia que tinha um demônio nele".

Mesmo não concordando com a violência, ela acredita que casamento é para sempre. "Vida de mulher é assim".




Fonte: A Gazeta

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