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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 05 de Janeiro de 2005 às 06:56
Por: Carlos Martins

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A prefeitura de Cuiabá vai iniciar um cadastramento das famílias que moram em grilos. De acordo com o levantamento da situação sócio-econômica das pessoas, elas poderão ser transferidas para lotes pertencentes ao município. Ontem, representantes das duas mais recentes ocupações da cidade, no final da avenida do CPA, onde vivem 328 famílias, foram convocados pelo prefeito Wilson Santos.

Na reunião, Santos quis saber quantos eram e qual era a situação dos sem-teto. “O cadastramento já deve começar amanhã [hoje]. Também num primeiro momento vamos fazer um levantamento dos lotes vagos”, disse ontem o diretor técnico da Agência Municipal de Habitação, Aparecido Alves, que esteve no local convocando o pessoal.

Alves, que no governo Dante de Oliveira foi presidente do Intermat (Instituto de Terras de Mato Grosso), disse que vai utilizar sua experiência no setor para conduzir o processo. O município irá trabalhar em parceria com o governo do Estado, que através do Intermat vem fazendo um levantamento dos estoques de lotes vagos existentes para saber se pertencem à prefeitura ou ao Estado e utilizá-los para a implantação de projetos de moradia.

“As famílias carentes terão o apoio do município. Sabemos que existem pais de família sem condições de pagar aluguel e que são obrigados a morar em grilos”, disse Aparecido Alves. Com esse levantamento a nova administração pretende também quantificar o real déficit habitacional em Cuiabá.

De acordo com pesquisa divulgada recentemente pela Fundação João Pinheiro e o IBGE, em 2000 o déficit habitacional em Cuiabá era de 15.790 casas, das quais 15.487 na área urbana e 303 na área rural.

Um dos migrantes que engrossam é déficit habitacional é o pedreiro Valdecir Teixeira Ramos, 41 anos, que há dois meses veio de Birigui (SP), juntamente com a mulher e dois filhos. Enquanto ele tinha dinheiro conseguiu pagar o aluguel de R$ 130. “Acabou o dinheiro e só me restou mudar para cá. Quero trabalhar, meu telefone é o 9919-1175”, disse Ramos.

A família dele é uma das 168 que passaram a ocupar uma área de terra situada no lado direito do final da avenida do CPA. O lugar foi batizado de Morada da Prata, nome dado por Edinei Jandira Maria Ferreira, casada, mãe de três filhos e integrante da comissão. O marido é azulejista, mas os R$ 240 pagos no aluguel, água e luz estão pesando no orçamento. Ali tem gente da capital, do interior, como de Jaciara, Mirassol D´Oeste e Araputanga e até de Rondônia. Na maioria dos casos o problema é o mesmo: desemprego e falta de dinheiro para pagar aluguel. Os proprietários da área já entraram com reintegração de posse e a 8ª Vara Civil já marcou uma audiência no próximo dia 17. “Conversamos com o prefeito Wilson Santos, que se dispôs a achar uma solução”, disse Geovani Neves de Souza, também integrante da comissão.

Logo mais acima, no lado esquerdo, fica o grilo do Bairro Serra Dourada II, no qual, no dia 9 de novembro, se instalaram 160 famílias. Segundo o coordenador Reginaldo Mendonça de Abreu, que participou da reunião com o prefeito, a posse da área é disputada pelo menos por duas pessoas. “O prefeito disse que vai verificar se a área está registrada em cartório, se é devoluta para encaminhar uma solução”, informou.




Fonte: Diário de Cuiabá

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