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Cidades/Geral
Segunda - 03 de Janeiro de 2005 às 10:41

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Com as primeiras chuvas que caíram nos últimos dias na região, as rodovias BR-163, a “Cuiabá-Santarém”, e a BR-230, a “Transamazônica”, se tornaram perigosas aos motoristas. Na “Cuiabá-Santarém”, uma fila de caminhões e ônibus se formava nos trechos mais críticos, impedindo completamente o tráfego. Poucos se atreviam a enfrentar a estrada escorregadia.

Situação semelhante aconteceu na Transamazônica. Percorrendo os trechos das duas rodovias em dia de chuva é constatado o risco a que estão expostos os que precisam trafegar pelas estradas amazônicas.

“O menor vacilo pode deixar muita gente morta, porque existem trechos com abismo para ambos os lados e somos obrigados a arriscar, pois só temos esse local de acesso ao nosso destino”, disse o motorista de caminhão, Moisés de Araújo, que seguia em direção a Cuiabá (MT). Ele falou ainda que é acostumado a trafegar pela estrada, mas a cada viajem é uma sensação diferente, porque o risco sempre existiu. Mas a chegada das chuvas traz ainda mais perigos na viagem.

Para quem consegue sair de Santarém, chegar ao município de Rurópolis e seguir pela Transamazônica, o perigo ainda é maior, por ter que enfrentar serras muito altas e escorregadias. Carretas com mercadorias, mesmo traçadas, sobem com muita dificuldade, depois de uma corrente de solidariedade feita entre caminhoneiros e motoristas de ônibus. “Quem anda por aqui e não é solidário não sobrevive, porque todos contam com o apoio um dos outros para empurrar os carros e desobstruir a estrada a quem quer passar”, explicou o caminhoneiro Herton Burmam. Nos últimos sete anos, em viagens para Uruará, ele já testemunhou inúmeros acidentes, alguns com vítimas fatais. “Podemos observar que apenas na primeira chuva a situação já está desse jeito, imagine quando realmente chegar o inverno. Isso fica horrível e intrafegável”, alertou.

Em uma das descidas, mas precisamente no quilômetro 200 da Transamazônica, um caminhão madeireiro capotou após a chuva. Por pouco o motorista, que viajava sozinho, não morreu. “Minha sorte foram as toras de madeira que eu carregava e impediu o caminhão de fazer várias capotagens e cair no abismo”, relatou o motorista que não quis revelar o nome. Segundo os caminhoneiros e motoristas de ônibus intermunicipais, a estrada ficou muito mais perigosa que antes porque recentemente foi feita uma raspagem para diminuir os buracos e o barro ficou mais exposto.

“Molhado vira só um atoleiro e poucos carros conseguem passar; temos que esperar secar para continuar a viagem”, disse o caminhoneiro Herton, ao acrescentar que já perdeu várias mercadorias que eram perecíveis, no inverno passado, porque era obrigado a ficar na estrada por dias na expectativa da chuva dar uma trégua. “As autoridades precisam olhar com mais carinho para essa região e procurar agilizar o asfalto da Transamazônica, que é a única saída para os moradores e para quem trabalha trazendo produtos para serem comercializados nos municípios dessa região”, lembrou.

A empresa Cincop, que foi contratada pelo Departamento Nacional de Infra Estrutura e Transporte (Dnit), já tapou alguns buracos das estradas. Pelo menos 40 quilômetros já foram recuperados. Para os caminhoneiros, sem a chuva, embora a poeira seja intensa, a estrada da forma como a empreiteira deixou oferece mais viabilidade para o tráfego, mas em compensação contribuiu para aumentar o perigo no inverno. “Ela ficou mais lisa e os pneus dos carros não conseguem ter aderência porque ficam completamente cobertos de barro”, disse o motorista de ônibus João da Silva.




Fonte: 24 Horas News

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