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Repórter News - reporternews.com.br
Cidades/Geral
Quarta - 22 de Dezembro de 2004 às 11:21

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Pacientes do Centro de Apoio Psicossocial (Caps), do bairro CPA 4, comemoraram o encerramento das atividades de 2004 com uma festa reunindo familiares e toda a equipe de apoio da unidade, além de convidados. A confraternização marca os avanços conquistados na saúde em 2004 e comprova que o atendimento a portadores de transtorno mental é um programa definitivo na rede pública de saúde da capital. Desde que foi implementado, em 2002, o atendimento à saúde mental, com o Caps do CPA 4, promoveu-se uma revolução no tratamento.

A desospitalização, uma política nacional, foi implementada pela gestão Roberto França e, atualmente, só são encaminhados para hospital psiquiátricos pacientes em crise e que precisam de atendimento de urgência. Além de garantir atendimento continuado no Caps do bairro CPA 4, para pacientes crônicos (os ex-internos integram o grupo), a prefeitura criou um novo serviço, semelhante ao existente no CPA 4, só que desta vez no bairro Verdão. As duas unidades, uma passando por reformas, atenderão moradores que tinham dificuldade de acesso ao serviço já existente. Nestas unidades, o paciente tem acompanhamento médico-psicológico, além de desenvolver atividades terapêuticas em oficinas de canto, música e arte terapia.

Jaqueline Ramos Soares, 18 anos, é atendida no Caps CPA 4 há duas semanas mas já comemora os resultados obtidos. Após uma crise depressiva agravada por transtornos psiquiátricos, ela foi encaminhada à unidade por um especialista. Durante o tempo em que está freqüentando o Caps já participou de atividades manuais e diz que gostou do local porque as pessoas a recebem com alegria e a ajudam nas tarefas que considera difícil.

Antônia Cabral dos Santos, há mais tempo no tratamento, participa do coral, faz aula de música e diz que gosta da unidade porque lá "não passa raiva". De todos os programas da área de saúde mental criados na gestão França, o que mais se destacou foi a desospitalização dos pacientes do hospital Neuropsiquiátrico (que atendida a especialidade no município). Alguns deles viviam internados por mais de 30 anos.

A Secretaria Municipal de Saúde, por meio da coordenadoria de saúde mental, fez um levantamento do histórico de cada um e os reintegrou ao convívio social, garantindo àqueles que não possuem família, um lar. Jovenil Santos Marcolino foi um desse ex-internos que hoje vivem em residência terapêutica. Mais falante que os demais, garante que a diferença entre o hospital e a casa é grande. Primeiro, segundo ele, porque tem quem cuide deles, fazem amigos, ajudam na limpeza e ninguém fica bravo com eles. "Aqui não dói mais a cabeça e o coração", diz.




Fonte: Diário de Cuiabá

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