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Agronegócios
Quarta - 15 de Dezembro de 2004 às 08:49

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Segundo este levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a área estadual destinada à cotonicultura será cerca de 2% menor, se comparada ao volume de hectares (ha) cultivados para o ciclo 03/04. Para o algodão mato-grossense em pluma, a Conab - confirmando previsão divulgada em outubro, anuncia redução de 414 mil/ha para 406 mil/há, e queda da produção estadual de 582,2 mil toneladas (t), para 570,6 mil/t.

De acordo com o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), João Luiz Ribas Pessa, "a redução deve se concretizar neste percentual". Ele aponta que a Associação ainda não fechou o seu próprio levantamento, mas que pelo contato com os produtores e núcleos regionais da Ampa, a redução está confirmada.

O plantio da safra de algodão 04/05 em Mato Grosso foi iniciado há poucos dias e deverá se estender até 10 de janeiro. "Além de aguardar pelo fim do plantio, temos que esperar pela safrinha, depois disso, não serão previsões e sim confirmações", enfatiza.

No País, a área total de algodão recebe incremento de 47,6 mil/ha, totalizando 1,16 milhão/ha, contra 1,068 milhão/ha do ciclo passado.

NÚMEROS ESPERADOS - Para a superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola da Famato (Imea), Rosimeire Cristina dos Santos, este resultados do último levantamento da Conab, refletem de fato, como será a safra estadual.

"No início do ano, em uma avaliação preliminar da soja para 04/05, havíamos previsto um incremento de 11%, depois, quando dificuldades se projetaram, revimos para 8% até que confirmadas, passamos a trabalhar com uma estimativa de 5%. Estas revisões foram necessárias em função da falta de crédito rural, inclusive para o custeio, que levou os produtores a utilizar outras formas para custeio, que envolveram a tomada de recursos a juros não equalizados, como as CPRs, isso limitou a rentabilidade e impediu o crescimento da oleaginosa", explica.

Rosimeire frisa que o atual cenário não sinaliza receita ao produtor, "por isso, algumas culturas perderam espaço para soja, que mesmo estando com um custo alto de produção, possui uma liquidez maior, em relação ao milho, por exemplo", analisa.

A superintendente descorda apenas das projeções feitas para as safrinhas. "A Conab manteve os mesmos números da segunda safra 03/04. O que tem de ser levado em consideração é o novo cenário que há para a agricultura brasileira. Os custos estão elevadíssimos, o clima instável - que já atrasou o plantio do milho 2ª safra em Mato Grosso - e preços das commodities abaixo do custo de produção. Tudo isso influencia e muito, na hora de optar por plantar ou não. Para o milho, por exemplo, o custo alto e sem recursos para estimular a comercialização já afetam os preparativos para o milho. Até agora o governo (Federal) não realizou leilões do grão e nem contratos de opção", frisa Rosimeire.




Fonte: Diário de Cuiabá

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