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Agronegócios
Quarta - 15 de Dezembro de 2004 às 08:40
Por: Mariana Peres

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A penúltima parcela do custeio do algodão da safra 03/04, com vencimento hoje, teve o pagamento prorrogado para janeiro de 2005, segundo anunciou o vice-presidente de Agronegócios e Governo de Banco do Brasil, Ricardo Conceição. Com a medida, cerca de R$ 40,2 milhões estão passíveis de prorrogação, de um total financiado de R$ 201,2 milhões na safra passada. O adiamento não é automático e deve ser solicitado pelo produtor em qualquer agência do Banco.

"Nossa torcida é para que o mercado reaja positivamente e que a próxima parcela possam ser honrada sem dificuldades pelos produtores", justifica Conceição. O vice-presidente explica ainda que a transferência do pagamento foi uma iniciativa do Banco, apoiada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que decidiu internamente pela transferência da data do pagamento. Sem revelar cifras, Conceição aponta que existe inadimplência no pagamento da parcela de novembro.

"Existem estoques de soja e algodão, que por um motivo ou outro, o produtor não quis comercializar no momento mais adequado e no caso da fibra, os valores pagos pelo mercado atualmente estão abaixo do preço mínimo, estipulado pelo governo Federal. A prorrogação, vale por enquanto, somente para a parcela de dezembro, mas se não houver mudanças positivas até o início de 2005, podemos analisar o adiamento da última parcela (janeiro), mas nada está definido", observa Conceição.

O preço mínimo do Federal para a arroba do algodão é de R$ 44,60 e para Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), paga-se até R$ 39 a arroba.

Para o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), João Luiz Ribas Pessa, a medida não traz alívio, como avalia o vice do Banco do Brasil, "vai ser necessário que se prorrogue a parcela de janeiro também", declara.

Mesmo entendendo o pleito dos cotonicultores, o presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso (Famato) e secretário de Desenvolvimento Rural, Homero Pereira, a decisão interna do Banco do Brasil é fruto de toda a mobilização - de forma pioneira - feita pelo setor mato-grossense. "Desde novembro resolvemos mostrar o que está acontecendo com o setor, e essa prorrogação é apenas uma das nossas reivindicações, que também foi entendida pelo ministro (agricultura), Roberto Rodrigues".

Conceição acredita que a transferência faça com que o produtor não precise entregar sua produção a qualquer preço para honrar o custeio com o Banco. "Acredito que mais de R$ 100 milhões devem ser prorrogados. O mercado comprador vai ter de entender que o cotonicultor não vai precisar vender a qualquer preço correndo".

O vice-presidente esclarece que os volumes tomados a título de financiamento, para serem prorrogados, necessitam de decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN), "sendo assim, FCO e BNDES, por exemplo, não estão na alçada de decisões internas do Banco".




Fonte: Diário de Cuiabá

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