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Agronegócios
Sexta - 26 de Novembro de 2004 às 13:46

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Nem mesmo o alerta da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) de Mato Grosso para que os produtores não fizessem a venda do milho para compradores que exigiam em troca a devolução de R$ 2 por saca comercializada, fez com que o setor deixasse de vender o produto através do PEP (Prêmio de Escoamento de Produto). Sem apoio dos produtores, o governo Federal teve que suspender a venda do produto estocado em Mato Grosso. “Ontem suspendemos um leilão que estava programado, pois constatamos que a irregularidade ainda estava acontecendo”, disse ao Só Notícias/Agronotícias o supervisor regional da Conab em Mato Grosso, Ovídio Costa Miranda.

O supervisor explicou que a decisão foi tomada, pois no entendimento do governo "não justificaria a manutenção do programa do PEP para o milho", pois um dos objetivos do pagamento do prêmio -que serve como ajuda para escoamento do produto- é para garantir o preço mínimo pago pelo governo que é de R$ 11 saca. “Como estava havendo essa devolução de dinheiro para os aquisitores isso caracterizava a comercialização de preço de mercado, então não justifica a participação do governo já que o objetivo é garantir o preço mínimo”, ressaltou. “Os produtores não responderam ao nosso pedido e continuaram devolvendo os R$ 2 por saca. Acreditamos que seja por medo de que o produto fique estocado e, por isso estava devolvendo esse dinheiro”, suspeita. Com a devolução do dinheiro o preço da saca acabava saindo em média a R$ 8,50 R$ 9, valor comercializado hoje no mercado.

Ovídio disse que a devolução do dinheiro não deve ser feita, pois os compradores já recebem um determinado valor -conforme a distância entre o município de origem do produto a onde será entregue- para escoar o produto e a devolução caracteriza o pagamento duplo do prêmio.

Para tentar reverter esta situação na próxima semana -segunda ou terça-feira- a superintendente de operações da Conab de Brasília, Mônica Avelar, o próprio superintendente em Mato Grosso, Ovídio Miranda, e técnicos do ministério (secretaria de política agrícola) irão se reunir com produtores em Lucas do Rio Verde e discutir o assunto. Ovídio disse que será feita uma explanação sobre como funciona o PEP, as razões do programa e pedir a colaboração dos produtores para que não devolvam o dinheiro exigido. Embora a data da reunião ainda não esteja confirmada, será na sede do Sindicato Rural de Lucas do Rio Verde.

A Conab estima que cerca de 500 mil toneladas de milho ainda devam estar nas mãos dos produtores em todo o Estado e boa parte deste montante é oriunda da região Médio-Norte, por isso a reunião será em Lucas.




Fonte: Só Notícias

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