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Polícia Brasil
Quarta - 10 de Novembro de 2004 às 08:30
Por: Carlos Martins

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O ex-cabo Hércules de Araújo Agostinho inocentou na tarde de ontem o vigia Fernando Barbosa Belo, denunciado pelo Ministério Público como um dos envolvidos na morte do empresário Sávio Brandão. A pedido da defesa de Belo, Hércules foi ouvido pela juíza Maria Aparecida Ferreira Fago, titular da 12ª Vara Criminal. Foi o quarto depoimento prestado por Hércules a respeito do misterioso homem que pilotou a moto que o conduziu na tarde de 30 de setembro até o local em que Sávio foi assassinado. Como já declarara em outros dois depoimentos (ao Gaeco em 15 de setembro de 2003 e durante o julgamento pela morte de Sávio em dezembro passado), Hércules afirmou à juíza que o piloto da moto era alguém conhecido como “Grande” e que era conhecido de Célio Alves de Souza, outro denunciado pelo crime juntamente com João Arcanjo Ribeiro e João Leite.

Com o depoimento de Hércules, terminou ontem a fase de instrução. O Ministério Público e a defesa vão agora apresentar as alegações finais. O advogado Jorge Henrique Franco Godoy ganhou um prazo de 24 horas para juntar aos autos documentos que mostram que Belo esteve morando no mesmo local em Florença entre os dois períodos em que esteve preso na Itália. Belo, que estava com pedido de prisão preventiva decretada, foi preso pela Interpol em outubro do ano passado. Solto em 4 de dezembro, foi novamente preso em 21 de janeiro deste ano e permaneceu detido até sua extradição para o Brasil (chegou em Cuiabá no dia 27 de agosto passado). Para a defesa, é uma demonstração de que ele não se sentia culpado em relação à acusação, caso contrário teria fugido da cidade.

Além das fichas de ponto de agosto e setembro de 2002 juntadas aos autos (cópias obtidas na Seduc em Porto Velho), que mostram que Belo estava trabalhando como vigia no prédio da Seduc em Machadinho D´Oeste, a defesa anexou também os depoimentos tomados por carta precatória naquele município em que três testemunhas confirmaram que Belo, que trabalhava na Escola Ayrton Senna, tinha sido cedido para cobrir férias no prédio da Seduc. De acordo com o inquérito policial, as fichas de ponto não tinham sido localizadas.

Ontem Hércules afirmou que não gostou quando Belo não o ajudou a conseguir emprego na Itália, para onde pretendia se mudar. Hércules interpretou o ato como uma ingratidão, já que quando o pai de Belo morreu, ele prestou ajuda à família. “Eu havia declarado que o piloto era o Belo porque eu estava zangado com ele”, admitiu Hércules, se referindo à declaração que prestara à própria juíza no dia 22 de setembro do ano passado. A polícia descobriu que Hércules fez diversas ligações telefônicas para a Itália no período em que esteve escondido numa casa no bairro Cidade Alta, entre 1° de maio de 2003 (data em que fugiu do Presídio Pascoal Ramos) e 2 de junho, quando foi obrigado a fugir da residência depois de um cerco policial. Belo havia pedido licença da escola e desde outubro de 2002 encontrava-se trabalhando como pedreiro em Florença, Itália, onde morava a mãe e uma irmã.




Fonte: Diário de Cuiabá

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