Jovem confessa crime para família de rapaz assassinado

O desempregado Uelton Rodrigues de Moraes, 19, acusado de ter executado com três tiros o dependente químico Paulo Henrique da Silva Barros, 19, na semana passada, teria ligado para a residência da vítima confessando o crime.

Uelton, que ainda não se apresentou à Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) teria, inclusive, perguntado com ironia se os pais de Paulo estariam “muito zangados” com ele.

A mãe da vítima, Rosângela Maria da Silva Barros, 41, conta que seu filho chegou em sua casa todo ensangüentado dizendo que tinha sido baleado por Uelton. “Minha nora (Deise Rodrigues, 18) também contou que seu irmão (o Uelton) teria confessado o crime a ela na mesma noite”, acrescentou Rosângela.

Durante o velório, no entanto, Deise garantiu que seu irmão nada tinha a ver com o caso.

Mas Uelton também teria telefonado para a casa de Paulo durante o velório e confessado o crime. Anteontem ele voltou a telefonar para dizer que iria se entregar: “Já passou o flagrante mesmo”, teria dito o rapaz, revoltando os pais da vítima.

Há informações de que Uelton atirou porque Paulo teria agredido sua irmã que teve um bebê há pouco mais de trinta dias.

Drogas

Deise, por sua vez, confirma que Paulo era usuário de drogas e já teria tentado assassinar, por duas vezes, Benedito Lima Farias, de 20 anos. Benedito sobreviveu, mas ficou com deficiência em uma das pernas.

Recentemente, contou Deise, um irmão de Benedito teria colocado um revólver na cabeça do pai de Paulo, João da Silva Barros, 45, e avisado que mataria toda a família para vingar o que ele fez contra seu irmão. “Meu filho era usuário de drogas e tinha muitos defeitos, mas ninguém tinha o direito de matá-lo”, disse ontem o pai do adolescente, que entregou o caso “nas mãos de Deus”.

João está levando a esposa para morar em outro lugar onde pretende criar suas duas netinhas com tranquilidade. As crianças são filhas de Ilssara Silva Barros, 20, outra filha do casal que morreu no ano passado vítima de acidente automobilístico na BR-070, durante o Festival Internacional de Pesca em Cáceres. “Se a Deise quiser, também poderemos criar o bebê que Paulo deixou”, concluiu João, que esteve ontem pela manhã na DHPP onde foi informado que Uelton ainda não havia se apresentado para confessar o crime.