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Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Terça - 26 de Outubro de 2004 às 07:34
Por: Maria Angélica Oliveira

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Antes de começar a ser interrogado pelo juiz federal César Augusto Bearsi, Hércules denunciou ameaças que estaria sofrendo dentro do presídio Pascoal Ramos e pediu para ser transferido. “Não estou me sentindo seguro lá. Estão fazendo de tudo para me jogar para dentro (da ala federal)”, afirmou.

Ele baseou o pedido em supostas promessas que o procurador da República Pedro Taques e o promotor do Gaeco Mauro Zaque teriam feito a ele. “Eles disseram que quando acabasse esses julgamentos eu iria para outro Estado”.

Procurado pela reportagem, o promotor negou que tenham sido dadas garantias de transferência para o réu, mas confirmou que a possibilidade foi apresentada ao ex-cabo, já que se trata de réu colaborador. “A gente tem que fazer tudo para garantir a segurança até porque ele falou muita coisa”, disse.

O ex-cabo acusou policiais de terem forjado uma tentativa de fuga na cela onde fica, cerrando as grades. A Secretaria de Segurança Pública informou que, na sexta-feira, policiais fizeram uma revista na cela de Hércules e encontraram as grades do banheiro cerradas.

Com isso, foram adotadas medidas para reforçar a segurança, aumentando o número de policiais do Corpo da Guarda e do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Segundo a Sejusp, não foi discutida a possibilidade de transferi-lo novamente para o Comando de Operações Especiais, onde ficou por um tempo. O ex-cabo é candidato a integrar a ala federal do Pascoal Ramos porque responde a processo por crime federal.

Hércules teme ser transferido para a ala porque ficaria em contato com outros presos, como o ex-soldado Célio Alves e com o cobrador João Leite. Os dois têm sido denunciados por ele nos crimes que confessou. “Eu não tenho medo dessas pessoas, mas do dinheiro deles. Quando essas pessoas começarem a ser condenadas vai arrochar para mim”, disse.

Segundo o ex-cabo da Polícia Militar, uma das ameaças veio do assaltante Sandro Rabelo, conhecido como “Sandro Louco”. “Ele passa e diz que vai meter a faca em mim”, relatou.

Hércules disse ter medo de ser envenenado. Nos finais de semana, contou, o número de marmitas entregues no presídio é menor, já que os policiais trabalham em regime de plantão. Isso aumentaria o risco de envenenamento. “Não vou comer isso e colocar minha vida em risco”.

Após os relatos, o juiz disse que conversaria com o réu para que ele fornecesse detalhes das denúncias e nomes. “Vamos verificar junto à Secretaria de Segurança Pública e a diretoria do presídio se isso é verdade”, afirmou Bearsi.




Fonte: Diário de Cuiabá

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