Repórter News - reporternews.com.br
Polícia Brasil
Sexta - 08 de Outubro de 2004 às 15:07

    Imprimir


Uma promotora revelou nesta sexta-feira a possibilidade de indiciar o vice-ministro do Interior do Paraguai, Eustaquio Colmán, por suposta proteção do paraguaio que levou para seu país dois filhos brasileiros sem o consentimento da mãe, também brasileira. Eric Daniel Rojas Villalba teve ordem de prisão decretada no Brasil por "seqüestro", acusado de ter viajado clandestinamente ao Paraguai com os filhos de 10 e 6 anos sem autorização da mãe deles, Genilma Boehler, que obteve a guarda das crianças na Justiça.

A advogada da mãe, Clara Gagliardone, pediu que o vice-ministro do Interior fosse indiciado por proteger Rojas, informou nesta sexta-feira a promotora Carmen Gubetich em entrevista coletiva, acusando-o de fazer contato constantemente com o fugitivo da Justiça brasileira, via celular.

Em declarações à rádio 9.70, o vice-ministro disse que o caso Rojas "é um assunto de família". Entretanto, o pai paraguaio tem amigos influentes no governo e na Polícia, relações que estaria aproveitando para escapar da prisão.

O vice-ministro rejeitou a acusação e disse que, ao receber a denúncia, enviou-a ao comandante da Polícia e ao chefe de investigações. Explicou que, inclusive, convocou ao gabinete o subcomissário Marildo Rojas, irmão de Eric, que afirmou não saber do seu paradeiro. Eustaquio Colmán disse que o resultado de suas investigações foi repassado ao Ministério das Relações Exteriores, ao Comando da Polícia e à Embaixada do Brasil.

As crianças vivem no Paraguai há oito meses e estavam matriculadas no colégio católico Verbo Divino, em San Lorenzo, a 12 km da capital. Devido à ordem de prisão transmitida via Interpol e às fotos publicadas pela imprensa, os menores deixaram de ir à escola há quatro meses, explicou em uma entrevista coletiva a promotora, Carmen Gubetich.

A promotora informou que estuda a possibilidade de indiciar o vice-ministro no caso por obstrução à Justiça - por amizade ou contatos com o pai das crianças. "No Brasil, está sendo chamado de seqüestro, mas para nós, não é seqüestro. O que acontece é o não cumprimento do dever", esclareceu a funcionária do Ministério Público.

O caso já produziu idas e vindas dos funcionários da embaixada brasileira em Assunção a mando da promotoria para pressionar pela prisão de Rojas e devolução dos filhos à mãe, admitiu Gubetich.




Fonte: AFP

Comentários

Deixe seu Comentário

URL Fonte: https://reporternews.com.br/noticia/372704/visualizar/