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Polícia Brasil
Sexta - 08 de Outubro de 2004 às 07:10

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O sargento aposentado da PM Nilson Batista Ferreira, de 43 anos, foi indiciado pelo assassinato do advogado Anderson Eustáquio da Costa, de 27 anos, ocorrido no mês de junho. Com o militar, policiais da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) apreenderam a arma do crime, um revólver calibre 38 cujo exame de balística deu positivo. O resultado chegou ontem às mãos do delegado João Bosco de Barros, titular da DHPP.

Pelo assassinato, o estudante Leonardo Jaune foi indiciado como participante, mas ainda não está denunciado (acusado formalmente) pelo Ministério Público. Ele foi a última pessoa a ser vista na companhia do advogado.

“Pegamos dois projéteis: um retirado da cabeça da vítima e outro abandonado no local. Mandamos para o exame de balística e o resultado é 100% positivo. A arma usada no crime é a mesma apreendida (com o sargento)”, explicou o delegado. Nilson está preso desde o dia 10 de setembro, após ser flagrado em sua casa, no bairro Costa Verde em Várzea Grande, com três revólveres e 250 munições de vários calibres.

Ontem de manhã, em depoimento ao delegado e na presença do promotor criminal da 13a Vara Criminal, Flávio César Fachone, Nilson negou ser o autor do assassinato do advogado. Ele explicou que possui a arma há quatro anos e nunca a emprestou. Por isso, não sabe como o exame de balística deu positivo.

O sargento disse conhecer há mais de seis anos o empresário Richard Jaune, pai de Leonardo, mas nega ter conversado com ele recentemente. Na época em que conheceu Richard, Nilson disse que trabalhava, nas horas de folga, como cobrador. Richard também é pai de Thaíssa Jaune, que morreu misteriosamente ao cair do 5º andar do prédio onde morava, no dia 26 de junho, após se divertir em uma casa noturna com Anderson, que desapareceria 3 dias depois.

Conforme policiais da DHPP, após a apreensão das três armas com o militar, eles receberam uma denúncia anônima de que um dos revólveres fora usado no crime. O delegado Barros, então, solicitou exame de balística. Leonardo ficou preso durante 60 dias e, nesse tempo, foi interrogado várias vezes. Em todas, negou participação no crime.

Barros disse que as investigações apontam Leonardo como participante. O delegado entende que o estudante teve todas as chances para se defender, mas ficou em silêncio. "Em seu último interrogatório, Leonardo não esclareceu as contradições. Não foi possível porque ele se reservou no direito de falar em juízo. Repito mais uma vez: o Leonardo está mentindo em seu depoimento. E quem não deve não teme", assegurou o delegado.

O advogado desapareceu no dia 29 de junho deste ano. Foi visto pela última vez em companhia de Leonardo, próximo do edifício onde morava na avenida Rubens de Mendonça. Dez dias depois, moradores localizaram seu cadáver numa lagoa do Garimpo Jatobá, na saída para Rondonópolis.

Executado de maneira cruel, o advogado teve o abdome rasgado. No seu interior foram colocadas várias pedras. Os criminosos queriam que o corpo afundasse, mas as chuvas ocorridas dias depois levaram o cadáver para um canal.




Fonte: Diário de Cuiabá

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