Polícia Federal enfrenta 11 mil roubos de carga por ano nas estradas

Caminhoneiros armados, escolta particular, monitoramento via satélite. Esse é o resultado de um número que assusta o setor de transporte no país: 11 mil roubos de carga ocorrem todos os anos nas estradas brasileiras. A atuação da Polícia Federal no combate a esse crime foi discutida hoje em teleconferência transmitida da Confederação Nacional do Transporte.

O delegado da Polícia Federal responsável pelo combate ao crime organizado, Getúlio Bezerra, participou do debate e destacou a importância da integração das polícias nas ações contra os criminosos. Ele revelou que a estratégia que vem sendo adotada para reprimir esse tipo de crime é dar prioridade à inteligência da polícia, dando ênfase ao combate da lavagem de dinheiro. “Isso ataca exatamente a questão da receptação que alimenta o crime organizado na modalidade roubo de cargas”, afirmou Bezerra.

A Polícia Federal passou a ter atribuição no combate ao roubo de cargas a partir de 2003. Foi o resultado da nova legislação adotada no país após os trabalhos da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investigou o roubo de cargas e veículos entre 2002 e 2003 no Congresso Nacional. Antes disso, a competência era das polícias estaduais, o que dificultava uma investigação em nível federal.

“Há uma grande mobilidade nas quadrilhas. Muitas vezes são quadrilhas de são Paulo ou da região Sudeste que vão operar no Nordeste. Ou do Nordeste que vão operar em outras regiões. Por isso, precisamos ter uma mobilidade e uma integração muito grandes. E as divisas dos estados não podem ser empecilho para isso”, disse Bezerra.