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Agronegócios
Quarta - 07 de Julho de 2004 às 12:38

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Os sojicultores de Mato Grosso tem a partir de agora mais uma ferramenta de crédito para o financiamento da produção. Ontem, o presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), Homero Pereira assinou com o Banco do Brasil, um convênio que permite que o Adiantamento de Contrato de Câmbio (ACC-Rural), seja estendido aos produtores de soja, a exemplo do que ocorre com os cotonicultores, os primeiros e se beneficiar desta modalidade. Neste primeiro momento estão disponibilizados R$ 50 milhões.

O superintendente regional do Banco do Brasil (BB), Dan Conrado, aponta que a procura dos produtores pelo ACC é recente, pois somente em julho de 2002 foi aberta a modalidade para pessoas físicas. Até ontem com operações dos cotonicultores foram liberados R$ 70 milhões.

"Em Mato Grosso lançamos o ACC-Rural em abril, nossa expectativa é alcançar um volume de R$ 200 milhões, sendo pelo menos, R$ 50 milhões com soja e o restante com o algodão. Não há um teto de financiamento, depende do limite do produtor, como digo, o céu é o limite", explica Conrado.

O ACC funciona como um dinheiro que chega antes mesmo da exportação acontecer. Mediante o contrato de venda externa, o produtor - neste caso - recebe do BB, o valor do contrato pela cotação do dia. Para isso deve ser correntista do BB. Tem até 12 meses para pagar e o montante sofre variações do dólar mais juros entre 7% a 9,5% ao ano, conforme o porte do tomador. "É obrigatório que o produtor exporte. Para quem já exporta, o Banco tem a performance deste cliente, para novos exportadores é necessária a apresentação do contrato, para análise, o que pode ser feito em qualquer agência do BB", explica o gerente de agronegócios do BB, Olímpio Vasconcelos.

Mesmo atrelado ao dólar, produtores e representantes do Banco, afirmam que esta modalidade é atrativa para obtenção de capital de giro. "Da mesma forma que ele paga em dólar pelo Adiantamento, ele vai receber na mesma moeda", aponta o gerente.

O produtor e também vice-presidente da Famato, Rui Otoni Prado, explica que já utilizou esta modalidade. Apesar de não citar cifras do contrato, relata que "com o ACC ficamos livres para negociar o produto com quem oferecer melhor preço", justifica.

A iniciativa, como Pereira ponderou, teve início na gestão passada. A superintendente do Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), Rosimeire Cristina dos Santos e o coordenador do Centro Grãos, João Birkhan, ambos da Famato, explicam que idéia de negociar via ACC foi implementada em março, com uma parceria com o Sicredi. "Inicialmente foram disponibilizados R$ 10 milhões e houve a necessidade de mais R$ 5 milhões", aponta Rosimeire.

Pereira ressalta que o ACC-Rural consagra o profissionalismo do produtor, que tem eficiência na produção, mas é frágil na comercialização. Ele acentua que não há concorrência com as tradings - que geralmente adquirem a produção de maneira antecipada. "Queremos que as tradings comercializem a produção, que o produtor planta e colha e que os bancos financiem. Cada um na sua função", frisa.




Fonte: Agrojornal

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