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Sábado - 17 de Abril de 2004 às 12:37
Por: Fábio Monteiro

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Tangará da Serra, MT – Uma iniciativa de alunos e professores da Escola Estadual 13 de Maio, em Tangará da Serra (238,6 quilômetros de Cuiabá), está transformando as calçadas do município. O Projeto Humanizar foi desenvolvido pela escola, através da diretora Idalina Meurer, e tem o objetivo de fiscalizar o cumprimento da lei 10.098, de setembro de 2000, que regulamenta a necessidade de rampas nas calçadas e especialmente em prédios públicos.

De acordo com a diretora, o projeto foi implantado há dois anos na escola e só a partir do final de 2003, após uma passeata realizada em Tangará, é que tomou maiores proporções. “Os alunos, em dois anos de desenvolvimento do projeto, criaram um senso crítico maior, em relação aos problemas enfrentados pelos deficientes físicos”.

Na Escola 13 de Maio estudam sete deficientes físicos e auditivos. “Queremos reformar a escola para podermos oferecer melhores estruturas a esses alunos”. Luiz Gustavo Cargnin Quatrin (18) é deficiente físico há nove anos após um acidente de carro e cursa o 3º ano. Segundo Luiz, ele se matriculou nessa escola principalmente pelo projeto Humanizar. “Aqui eu não me sinto diferente. Os outros colegas não me olham como deficiente já que existe uma consciência de que não sou diferente deles”, diz.

A primeira parte do projeto foi realizada por meio de ciclo de palestras. Foram colhidas cerca de 1.114 assinaturas para a construção de rampas na cidade. “Desde o início do Humanizar conseguimos, junto a comerciantes de Tangará, apenas 10 rampas, sendo que algumas não estão adequadas para o deficiente físico. Conscientizar da necessidade é um trabalho de formiguinhas”, comenta Idalina.

Para as alunas do 3º ano Cristina de Oliveira Silva (17) e Vanuza Maria de Almeida (17), que acompanham o desenvolvimento do projeto desde o início, o trabalho é gratificante, pois é necessário criar um ambiente propício para que o deficiente físico seja independente. “Nós lutamos juntos pelos direitos dessas pessoas que possuem uma dificuldade. Vamos às ruas, visitamos estabelecimentos, falamos na prefeitura e agimos como fiscais, para que esse trabalho seja realizado”, diz Vanuza.

O empresário Paulo Alves de Medeiros foi um dos primeiros que construiu uma rampa na calçada do seu estabelecimento comercial. “O trabalho realizado pela escola é imprescindível, pois se você não é lembrado que existem pessoas com dificuldades por causa de um problema físico, não vemos a necessidade de que é preciso fazer algo para ajudar”.

“Nós acreditamos que somos capazes de fazer a nossa parte, reivindicando o que a própria lei apresenta como um direito é o mínimo que podemos fazer para obtermos a sociedade que sonhamos”, enfatiza Luiz Gustavo.

“Buscamos por intermédio da educação, que as pessoas responsáveis pelo cumprimento das leis façam a sua parte, possibilitando respeito, dignidade e honestidade àqueles que tanto necessitam. Esse objetivo tornou-se não só uma função social, mas um papel indispensável à formação do cidadão que queremos. É isso que os professores, por meio do Projeto, tentam passar para os alunos”, enfatiza a diretora.

HUMANIZAR – Outra proposta da escola é tornar a caminhada pela conscientização da Lei um evento anual no município de Tangará da Serra, sendo realizada no dia 21 de setembro, quando se comemora o dia de Luta dos Deficientes Físicos.

“Vamos fazer de Tangará da Serra, além de ser o melhor município do Estado em relação à conscientização no trânsito, o melhor também na conscientização da responsabilidade social com os deficientes físicos”, conclui Idalina Meurer.




Fonte: Redação/Secom - MT

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