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Quinta - 15 de Abril de 2004 às 10:53
Por: Alecy Alves

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Está desaparecida desde a tarde do último sábado a comerciante Lizete Jesus da Silva, de 40 anos, conhecida por “Linda". Proprietária de uma lanchonete no bairro Santa Helena, “Linda” saiu de casa (onde também funciona o comércio) por volta das 13 horas para se encontrar com o namorado, um homem conhecido pela família dela somente pelo prenome de Geovane e o apelido de “Gaúcho”.

Na noite de sábado, por telefone “Gaúcho” avisou os dois filhos de “Linda” que havia ido com ela para Chapada dos Guimarães e que só retornariam no dia seguinte. Mas no domingo à noite, por volta das 21 horas, ele ligou novamente e mais uma vez disse que continuavam em Chapada.

De acordo com o filho mais novo da comerciante, um adolescente de 15 anos, na última ligação “Gaúcho” garantiu que na manhã de segunda-feira retornariam a Cuiabá. Antes de desligar o telefone, ele ainda avisou ao garoto que o carro de “Linda”, uma Parati, e o cachorro que ela levava, estavam na casa dele, no bairro Morada do Ouro. E indicou o local onde deveriam pegar as chaves da casa e do veículo.

Sem conseguir falar com a mãe desde sábado, na terça-feira os filhos decidiram registrar queixa na polícia. Eles garantem que a mãe jamais se ausentou de casa sem dizer para onde iria e a que dia ou horas retornaria. Mesmo quando saía para fazer compras para a lanchonete, “Linda” costumava ligar para saber se estava tudo bem em casa e avisar sobre possíveis atrasos.

A mãe de “Linda”, dona Rita Severina de Jesus, 63, que mora em Arenápolis e veio a Cuiabá por conta do problema, completou que mesmo vivendo em outra cidade falava com a filha quase todos os dias por telefone. “Ela é muito responsável, queria saber se eu estava bem”, observa a mãe, lembrando que dois dias antes do desaparecimento, na quinta-feira, “Linda” a visitou.

O que intriga a polícia e a família é o fato de uma mãe tão responsável como “Linda”, como descreve os parentes e amigos, sequer falar com filhos durante os telefonemas dados pelo namorado. E ainda, como alguém que saiu de casa só com a roupa do corpo e com o cachorro do filho no caro tivesse planos de se ausentar por tantos dias?

Jorge Vieira Batista, que costumava ajudar na lanchonete de “Linda”, contou à reportagem que pouco antes de sair para o encontro ela teria dito que “não agüentava o namoro”. Cerca de 10 anos mais jovem que ela, “Gaúcho” não se relacionava bem com os filhos da comerciante e já havia se desentendido com o mais velho.

O coordenador da sessão de Desaparecidos da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), Júlgilas Garcia, informou que pediu ajuda à DHPP de Campo Grande, Mato Grosso do Sul, para levantar se o nome usado pelo namorado dela é verdadeiro. É que os filhos de “Linda” entregaram à polícia um documento com o nome de Geovane Ourives da Silva, usado por “Gaúcho”, no qual aparece um endereço da capital sul-mato-grossense. Informações podem ser repassadas pelo 616-9214.




Fonte: Diário de Cuiabá

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