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Cidades/Geral
Domingo - 26 de Janeiro de 2014 às 19:28
Por: DÉBORA SIQUEIRA

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A menos de cinco meses para o início da Copa do Mundo, os feirantes do Terminal Atacadista do Verdão ainda não sabem quando vão mudar e tampouco para onde vão. 

O terminal deveria ser desocupado para dar lugar a um estacionamento da Arena Pantanal, o estádio de Cuiabá que terá quatro jogos do Mundial, em junho.

A obra faz parte da Matriz de Responsabilidades firmada pelo Governo de Mato Grosso com a Fifa.

Nem a Prefeitura de Cuiabá ou o Governo do Estado chegaram a um consenso para definir o espaço. 

O secretário municipal de Trabalho e Desenvolvimento Econômico, Elias Andrade, disse que ainda não há nada definido sobre o local do novo terminal. Limitou-se a dizer apenas que a área "já foi limpa" pelo Município, no ano passado. 

O titular da Secretaria Municipal de Obras Públicas, Marcelo de Oliveira, comentou que o barracão destinado aos 204 feirantes está ocupado por uma empresa e que a Secretaria Extraordinária da Copa do Mundo (Secopa) e a Secretaria de Estado de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Sedraf) iriam resolver a questão. 

Contudo, a assessoria de Comunicação da Secopa informou que o Terminal Atacadista é responsabilidade da Prefeitura e o secretário da Sedraf, Luiz Carlos Alécio, não tinha conhecimento do caso. 

Enquanto isso, feirantes como Suziane Borges vivem uma indefinição do que vai ocorrer daqui para frente. 

Há cerca de 10 anos, ela acorda às 3 horas, leva as filhas de táxi para uma casa de um parente no bairro Cidade Verde e depois vai para a Feira do Verdão. 

Mãe solteira, ela vive da venda diária de 150 a 200 salgados por dia. Para chegar à quantia, trabalha de manhã, tarde e parte da noite. “Tenho uma clientela muito boa. Tenho cliente que chega cedo aqui para fazer compras e faz uma boquinha aqui. Eu não queria mudar, moro no bairro Santa Izabel e fica tudo fácil aqui”, disse.

Caso tenha que mudar para o Distrito Industrial, ela pensa em mudar de bairro, mas se preocupa com quem deixar as filhas. “Essa mudança vai mexer na vida de todo mundo, fora que vamos perder clientes porque ninguém vai querer sair de região central para ir tão longe”, afirmou. 

Para a feirante Renata Célia de Jesus, moradora da Serra de São Vicente, mesmo que o novo local cogitado para servir seja mais próximo para ela, o temor é perder na venda.

 “Não sei como vai ser. Vendemos uma média de 50 dúzias de folhas por dia, acho que não será a mesma coisa”, disse. 

Um dos feirantes mais antigos, Getúlio Lino dos Santos reclama da mudança. “Para apenas quatro jogos, querem nos tirar daqui. Nem a seleção brasileira vai jogar aqui para, deveriam deixar a gente aqui mesmo. Até parece que os gringos vão andar de carro e o pessoal da cidade vai conseguir assistir os jogos”, disse. 

"Até parece que os gringos vão andar de carro e o pessoal da cidade vai conseguir assistir os jogos" Ele defendeu, ao menos, que o novo local seja próximo ao Mercado do Porto. “Eu estudo desde a década de 80 trabalhando como feirante, época em que a gente vendia por dúzia, agora são por caixa, meia caixa, quando tinha charrete nas ruas e nem estávamos no Verdão. É um absurdo o que vão fazer conosco”, reclamou. 

Terminal

Os feirantes ocupam a área pública do Verdão há 19 anos.

O local funciona como o principal centro de distribuição do segmento hortifrutigranjeiro da Capital, com 10 mil m² de área de venda e 204 empresas, que geram 1,3 mil empregos diretos e cinco mil empregos indiretos na Baixada Cuiabana.

O segmento é responsável pelo abastecimento de frutas e verduras de todos os supermercados e feiras livres da Grande Cuiabá e da maioria dos comércios dos demais municípios do Estado. Atualmente, o setor comercializada a produção de mais de dois mil pequenos produtores.





Fonte: Mídia News

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