Disputa entre operadoras deixa Norte do Araguaia quase sem celulares e internet

Aproximadamente 250 mil habitantes, quase 50% usuários do sistema de telefonia móvel, estão sofrendo com a precariedade dos serviços oferecidos pelas operadoras do sistema. “Estamos praticamente abandonados. As promessas de investimentos [das operadoras] não saíram do papel e passamos por isso [dificuldade em se comunicar], atualmente, em toda a região”, denunciou o presidente da Associação dos Municípios do Norte do Araguaia (AMNA), prefeito Gaspar Domingos Lazari (PSD), de Confresa.

Cobrado pelos colegas, Gaspar Lazari reclamou formalmente ao Ministério das Comunicações e, na semana passada, pessoalmente ao governador Silval Barbosa (PMDB).

“É evidente que as operadoras não estão oferecendo o serviço como deveria para o consumidor que paga e tem direito”, criticou Barbosa. “A prova é a presença constante dessas empresas no ranking das dez mais reclamadas do Procon em quase todos os meses”, ponderou o governador, dentro de seu carro, em entrevista à reportagem do Olhar Direto, em Cana Brava do Norte.

Silval Barbosa vai levar ao Ministro Paulo Bernardo, das Comunicações, e até à presidenta Dilma Rousseff (PT), as reclamações que ouviu de prefeitos e populares, no Norte do Araguaia.

As empresas que controlam alegam, via assessoria, que investem o tempo todo na melhoria da prestação de serviço, sob rigorosa fiscalização da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Todavia, as tais ‘melhorias’ não são percebidas.

Já a Anatel afirma que monitora as operadoras, impondo metas de qualidade na prestação do serviço. Mas o Norte do Araguaia continua ‘calado’, na área de telefonia móvel. 

Principal operadora da região, a OI assegura que segue o ‘plano de expansão’ aprovado pela Anatel. “Mais de 90% do planejamento para o período em Mato Grosso está sendo executado com sucesso”, respondeu a direção da OI, via assessoria, sem citar detalhes sobre o Norte do Araguaia.

Já a Claro anunciou, através da assessoria, que tem melhorado os serviços na região, mas não especificou quais cidades pretende operar. E o Vivo diz que possui condições de atuar em todas as cidades de Mato Grosso, mas que depende de autorização da Anatel.

Já a TIM não atendeu à reportagem do Olhar Direto. Tampouco sua assessoria se preocupou em responder aos questionamentos.

A Agência Nacional de Telefonia tem registrado um aumento de 39,1% no número de reclamações contra operadores de telefonia móvel somente no Vale do Araguaia, no segundo semestre de 2013, se comparado a igual período em 2012. 

A Anatel não divulgou um relatório detalhado sobre quais são as principais reclamações realizadas pelos usuários. Muitos usuários preferem utilizar as redes sociais como ‘vávula de escape’ para suas reclamações, em alguns casos, até por conseguir uma resposta mais rápido das próprias operadoras.

Todavia, a orientação é para que seja dirigida ao Procon ou então formalizada junto a Anatel. “As reclamações viram dados estatísticos onde, futuramente, a Agência poderá se embasar para ter um cenário sobre como está o funcionamento da telefonia móvel, e cobrar das prestadoras as devidas melhorias”, informa a assessoria da Anatel. 

No Procon de Mato Grosso, a reclamação é mais simples: o telefone é 151 ou 3613-8500; ou ainda no site www.procon.mt.gov.br. O usuário ainda pode reclamar  em contato com a Anatel pelo número 1331,  ou  mesmo pelo site da agência, no www.anatel.gov.br.