Procon autua hipermercado por "propaganda enganosa" Local tinha frutas e legumes estragados, além de produtos sem informação de validade

Inaugurado há 15 dias, o Extra Hiper, localizado na Avenida Miguel Sutil, bairro Santa Rosa, foi autuado pelo Procon Municipal por diversas irregularidades em produtos. 

Ao MidiaNews, o diretor municipal do órgão, Carlos Veggi, afirmou que foram pelo menos quatro principais problemas denunciados por mais de 300 consumidores à Diretoria de Defesa do Consumidor. 

O primeiro foi propaganda enganosa - quando não há informação clara do preço promocional e de preços “normais” de produtos ao lado.

“Ocorre muito essa situação quando há um produto em oferta e o cliente não consegue perceber bem qual é a diferença do que está em promoção e de outros que estão próximos. Assim, leva e passa no caixa e, quando está com uma compra muito grande, não percebe que levou aquele com maior preço”, afirmou Veggi.

Outro problema encontrado no estabelecimento foram produtos, grande parte na sessão da padaria, sem informações quanto ao prazo de validade.

“Os produtos, bolos e, principalmente frios como presunto e queijo, não tinham nenhuma informação de até quando poderiam ser consumidos. Problema grave, uma vez que esses frios geralmente têm validade de três dias”, completou. 

A terceira irregularidade diz respeito à parte de hortifrutigranjeiros: muitos produtos estragados foram encontrados nas gôndolas. 

O quarto problema no Extra Hiper foi a divergência de preços, quando era anunciado na gôndola por um valor e, ao chegar no caixa, outro era anunciado. 

Procon

Exemplo de produto do Extra Hiper sem informação de validade “Não é o mesmo que o outro caso, porque não houve confusão de informação entre o que é oferta e o que não é, e sim relativo a um produto só”, afirmou. 

Com as irregularidades, o Extra Hiper terá 10 dias para apresentar defesa, além de regularizar todos os problemas encontrados. 

Caso não cumpra um dos itens, o hipermercado poderá ser multado. A sanção pode variar de R$ 212,00 até R$ 3,2 milhões e depende também do faturamento da empresa. 

Modelo 

Outro mercado vistoriado na inspeção do Procon Municipal foi o Modelo da Avenida Prainha, e também o localizado dentro do Pantanal Shopping. 

Neste caso, não foi verificada nenhuma irregularidade. Nesta quinta-feira (6), segundo o diretor do órgão, uma outra denúncia indicou que o Modelo da Avenida Miguel Sutil está com “bichinhos” em alguns alimentos. Nada, no entanto, foi confirmado ainda. 

Denúncias 

O diretor do Procon Municipal afirmou que, a partir deste ano, o órgão fará, rotineiramente, inspeções nos supermercados da Capital. 

Apesar de criada em 2012, uma fanpage no Facebook intitulada Procon Municipal de Cuiabá começou a ser atualizada e tem sido o principal canal do órgão com a população. 

“A partir dela, estamos recebendo diversas denúncias e registrando locais ou serviços nos quais os consumidores têm se sentido lesados”, afirmou Carlos Veggi.

Outro lado

A diretoria do Extra Hiper foi procurada pela reportagem e informou que trabalha conforme os órgãos reguladores, assim como tem "rigoroso procedimento para garantir excelência no padrão operacional de suas lojas". A empresa emitiu nota sobre o caso.

Confira a íntegra da nota: 

"O Extra informa que trabalha de acordo com os órgãos reguladores e tem rigoroso procedimento para garantir a excelência no padrão operacional em suas lojas, além de ações preventivas e treinamentos realizados com seus colaboradores. A companhia tem como norma o rígido controle e fiscalização dos preços para que estejam alinhados aos valores registrados no caixa, praticado por meio de conferência diária e auditorias periódicas. 

A empresa esclarece que segue irrestritamente o que determina o Código de Defesa do Consumidor. Em eventual divergência de preços, o caixa registra o menor valor, evitando qualquer tipo de prejuízo ao consumidor. O Extra ressalta ainda que os pontos apontados pelo Procon foram imediatamente corrigidos e a loja opera normalmente.

Já o Modelo, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não recebeu nenhuma informação de vistoria do Procon e que preza pelo Código de Defesa do Consumidor, "prestando sempre bom atendimento aos clientes".