Ala do PSB faz 'protesto' em festa do partido e pede eleições diretas para diretório municipal

Uma ala de militantes insatisfeitos do PSB aproveitou o churrasco de confraternização do partido, realizado na sede do diretório de Cuiabá na noite desta quinta-feira (27), para fazer um protesto exigindo eleições diretas para a executiva municipal. Para os descontentes, a manutenção de uma “provisória” transforma o prefeito Mauro Mendes (PSB), presidente regional da sigla, em um refém de “forças ocultas”.

“O Mauro Mendes é a joia rara e estrela maior do PSB que precisa ser preservada. Nós queremos protegê-lo. Ele está rodeado de forças ocultas e com um diretório eleito de forma direta ele estará protegido. Diretório constituído é o povo no poder e o povo no poder é uma proteção para o Mauro”, disse Walter Regenod, militante histórico do PSB e autodenominado “sentinela do partido” e pré-candidato ao senado.

Segundo Regenod, já fazem quatro anos desde a última eleição direta para diretório municipal, e a manutenção de uma executiva temporária faz o partido perder credibilidade e se tornar “propriedade” de uma pessoa só. “O partido é uma instituição coletiva a ser preservada. Hoje as pessoas só usam o partido, mas nós, idealistas, queremos um partido em que se pode acreditar”, completou.

Outro militante descontente com a utilização de chapas provisórias é Ulisses Samaniego, membro da juventude da sigla há sete anos. Para ele, essas exigências não são um racha partidário, mas sim uma forma de fortalecer o partido para as eleições de 2014. “Precisamos de um diretório constituído para construir um palanque fora para o Eduardo Campos a Presidência da República”, afirmou.

Ulisses salienta que o partido já está em uma fase muito mais democrática após a saída do deputado federal Valtenir Pereira – atual presidente regional do PROS -, mas ainda precisa avançar nesse sentido. “Todos temos direito a opinião. Mauro Mendes já teve a ideia iluminada de dividir o estado em microrregiões, mas agora precisamos constituir os diretórios”, ponderou.

Outro lado

O tesoureiro regional do partido, Roberto Campos Correa Júnior, membro da executiva estadual que esteve presente na confraternização e presenciou toda manifestação, encarou o fato como o “exercício da democracia”, mas discordou do momento escolhido para o protesto. “Era para ser uma confraternização para todos, eles podiam ter escolhido uma reunião com pautas para discussão e não uma festa”, disse. A manifestação da ala descontente acabou por afastar algumas lideranças do partido da confraternização.

Ainda segundo ele, a executiva regional tem agido com o intuito de tornar o partido cada vez mais democrático e contando com a participação de todos. “Nós assumimos a executiva em setembro de 2013, ele tem é que reclamar com o Valtenir. Nesse tempo, já dividimos o estado em nove microrregiões e entregamos para lideranças locais. Antes apenas uma pessoa decidia tudo”, pontuou.