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Cidades/Geral
Domingo - 06 de Abril de 2014 às 21:54
Por: Priscilla Silva

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“Se eu continuar assim eu vou morrer”, teme Janaina Silvério de Carvalho, de 24 anos, depois de ter iniciado um tratamento contra a hanseníase em novembro de 2013. A jovem, moradora da cidade de Acorizal, a 64 km de Cuiabá, relata que teve reações ao medicamente indicado pelo médico. Desde então, ela passa a maior parte do dia na cama com dores ‘insuportáveis’ pelo corpo. Janaina acredita que está sendo submetida a um tratamento desnecessário. Outros dois casos revelaram que duas irmãs quase morreram depois de tomar a medicação e posteriormente descobriram que não estariam com a doença.

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Mais conhecida pelo apelido, Jana, a jovem também teme estar fazendo um tratando sem necessidade. Segundo ela, antes de ser diagnosticada com a doença teria realizado exames que indicaram que ela não a possuía. 

“No dia que participai da campanha o exame feito pelo médico constou a doença, então eu comecei a tomar o medicamento indicado por ele. No segundo dia, eu já não andava mais meu corpo travou”, lamentou Janaina.

A jovem iniciou o tratamento depois de ser consultada pelo médico Jaison Antonio Barreto, especialista no tratamento da hanseníase, em São Paulo. Em sua visita, foi recomendado que todas as pessoas que tiveram casos da doença na família fossem submeteram a exames. 

Outras duas pessoas também estão na mesma situação que Janaina. Em um quadro mais crítico, as irmãs Lucineia Xavier dos Santos e Hilda Xavier dos Santos chegaram a ficar internadas no Pronto-Socorro Municipal de Cuiabá (PSMC) por quase um mês depois de serem diagnosticadas com hepatite aguda provocada pela medicação. 

Elas chegaram ao estado de não conseguirem mais se alimentar. “Fiquei sem apetite, durante uma semana eu consumia apenas líquido”, conta Lucineia. No caso das duas irmãs, exames realizados em Cuiabá constataram que elas não estão com hanseníase.

Em todos os casos as pacientes também reclamaram da negligência no atendimento nos postos de saúde do Município. Debilitadas com as reações causadas pelos medicamentos, elas buscaram orientação médica. “Eles apenas diziam que estava tendo uma reação alérgica, mas não faziam nada”, queixou-se Lucineia. 

Em entrevista à reportagem do site Olhar Direto, o secretário de saúde de Acorizal, Adão Neponoceno, declarou que a campanha foi realizada pelo escritório Regional da Baixada Cuiabana e que apenas cedeu o espaço para a ação. 

O secretário também defendeu o diagnóstico prescrito pelo médico da campanha. “Ele é um dos mais renomados especialistas da área e acredito que o diagnostico dado por ele esteja certo”, afirma.

O Advogado da Associação das Vítimas de Erro Médico, Fábio Capilé, explicou que nos casos citados houve duas falhas, iatrogenia e negligência. Segundo o advogado, a iatrogenia pode ter ocorrido quando o médico não faz os testes necessários para verificar se a pessoas tem alguma reação ao medicamento. “O problema não está no ato em si, mas na manifestação que vem depois”, explica o advogado.

Capilé ressalvou que pode ter ocorrido a negligência médica quando as pacientes não foram assistidas corretamente durante o tratamento. Porém, o advogado destaca que ele não pode certificar que ocorreram esses erros nos casos citados, “pois não há observância do caso concreto por minha parte”, destaca.





Fonte: Olhar Direto

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