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Cidades/Geral
Terça - 15 de Abril de 2014 às 12:59
Por: JOANICE DE DEUS

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Depois de prestar assistência médica na Bolívia e Venezuela, a cubana Qretel Lourdes Bermudez, de 43 anos, é mais uma profissional que passa a integrar o quadro do programa federal "Mais Médicos", em Mato Grosso. Desde ontem, ela e outros 50 médicos também selecionados para o programa, participam do "Ciclo de Acolhimento", em Cuiabá. Após, deslocam-se para os municípios mato-grossenses onde irão desenvolver suas atividades com o compromisso de atender bem as pessoas. 

Pelo menos essa é a grande expectativa de Qretel Lourdes, que irá atuar em uma unidade de Guiratinga (315 quilômetros da capital, ao sudeste). “As expectativas são boas. Em Cuba, sempre prestamos serviços para os que mais precisam. Quero ajudar e a experiência que tive na Venezuela e na Bolívia ajudará a levar mais saúde à população mais carente”, acredita a cubana que não vê na linguagem ou comunicação um empecilho para que tudo corra bem. 

É com essa mesma perspectiva que a médica Daize Ferreira Pena, 25 anos, espera prestar seus serviços médicos aos moradores de Tangará da Serra (240 quilômetros, ao sudoeste). “Estou com muita vontade de trabalhar e de contribuir com o sistema de saúde do país”, disse. 

Única brasileira do grupo, Daize Pena é a de São José dos Quatro Marcos, cidade mato-grossense localizada 320 quilômetros da capital. Ela cursou medicina em uma faculdade na Bolívia e, além de integrar o “Mais Médicos”, também estuda para o Revalida (sistema de revalidação do diploma médico). “Quem faz um bom profissional é a própria pessoa”, diz ao falar sobre possíveis críticas ao fato de ter estudado fora do país. 

Médico e professor da Universidade Federal Mato Grosso (UFMT), Reinaldo Motta, explicou que durante o ciclo de acolhimento, os profissionais terão uma realidade sobre a saúde no Estado, especialmente, sobre o município onde desenvolver atividades de atenção primária de saúde. 

“Infelizmente, os índices estão alarmantes. Nós temos uma das piores saúde do Brasil com altos índices de tuberculose e hanseníase, doenças que já deveriam ter sido eliminadas. No interior falta uma adequada rede pública com precária situação de abastecimento de medicamento, de desenvolvimento de política pública e um desfinanciamento dos municípios por parte do Estado e isso contribui para que haja uma grande fragilidade”, comentou. 

Porém, Motta afirma que os médicos selecionados são preparados para lidar com grandes adversidades. “Eles já tiveram experiência em vários países, como no Haiti e também atuando em situações de pós-guerra e de terremoto”, comentou. 

Com mais este grupo, que irão atuar em 25 municípios distintos, já são aproximadamente 180 profissionais estrangeiros e brasileiros atendendo em 117 das 141 cidades mato-grossenses. 

Os profissionais do programa recebem bolsa de R$ 10 mil por mês. No caso dos cubanos, esse valor é pago ao Governo de Cuba, que repassa cerca de R$ 2 mil aos médicos. Aos municípios cabe a responsabilidade de garantir alimentação e moradia aos selecionados.





Fonte: Do Diário de Cuiabá

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