O estado mantém credenciamento junto ao Ministério da Saúde para fazer apenas transplantes de córnea. Pacientes de Mato Grosso que estão na fila à espera de outro órgão precisam se deslocar para outros estados para se submeterem ao transplante. De acordo com a Central de Transplantes de Mato Grosso, até o mês de setembro, 147 pessoas foram deslocadas para a realização de transplantes de outros órgãos a hospitais credenciados pelo SUS nos estados de São Paulo, Santa Catarina e Curitiba.
Para a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Fátima Melo, a redução no número de procedimentos é relativa. Segundo ela, até o mês de agosto, o estado realizou 156 transplantes. “Não existe uma fórmula matemática para se comparar o número de transplantes. Ele surge de acordo com a necessidade e é proporcional ao numero de equipes e de estrutura hospitalar disponível”, reiterou.
Há 10 anos, Mato Grosso realiza o transplante de córnea, mas nos últimos anos muitos hospitais foram descredenciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) para a realização de outros tipos de transplantes. Via assessoria de imprensa, a pasta da saúde no estado informou que está prevista a instalação de um hospital especializado em transplantes, com a liberação de R$ 15 milhões pelo Ministério da Saúde para investimentos na área. A fila de espera para os transplantes de córnea em Mato Grosso chega atualmente a 30 pessoas.
Fátima Melo explica ainda que o estado está passando por uma fase de preparação para o recebimento da futura unidade. Para isso, enfatizou Melo, as equipes de saúde terão que ser capacitadas. “Vamos enviar 15 médicos neurologistas e 2 nefrologistas para especialização no hospital Albert Einstein, em São Paulo”, afirmou.
Nesta última quinta-feira (27) durante o lançamento da campanha nacional de Doação de Órgãos, em Brasília, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha afirmou que o número de doadores e pessoas atendidas será maior à medida que as estruturas e recursos necessários sejam melhor aplicados. “É preciso ter equipes bem mais preparada, com laboratórios e depósitos melhores, com estrutura de apoio e UTIs nos hospitais para suportar os pacientes e captar de forma adequada este órgão"", salientou.
Conforme levantamento do Ministério da Saúde, em todo país foram realizados 12.287 transplantes nos seis primeiros meses deste ano, o que representa aumento de 12,7% em relação ao mesmo período de 2011, que registrou 10.905 cirurgias. O transplante de pulmão teve aumento de 100%. Também cresceram os transplantes de medula óssea (17%), rim (14%), córnea (13%) e fígado (13%). O levantamento mostrou ainda que aumentou a quantidade de doadores de órgãos. Em 2011 eram 997 e, neste ano, já são 1.217 doadores, um aumento de mais de 22%.
Doação
Para se tornar um doador é necessário conversar com a família e deixar bem claro o desejo de doar os órgãos após a morte. A doação pode ocorrer a partir do momento da constatação da morte cerebral mas, em alguns casos, a doação em vida também pode ser realizada, em caso de parentesco até 4ºgrau, ou com autorização judicial para não-parentes.
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