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Policia MT
Sábado - 18 de Outubro de 2014 às 11:09

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Arquivo Pessoal
O estudante Victor Hugo Santos em foto com camiseta que ele usava no dia da festa, segundo a família
O estudante Victor Hugo Santos em foto com camiseta que ele usava no dia da festa, segundo a família

Os pais do estudante Victor Hugo Marques Santos, de 20 anos, encontrado morto, em setembro, na raia olímpica da USP, em São Paulo, negaram nesta sexta-feira (17) que seu filho seja usuário de drogas. Eles deram entrevista em São Paulo após ser divulgado pelo jornal "Folha de S. Paulo" na quinta-feira que Victor morreu afogado após usar a droga 25B-NBOMe, que é semelhante ao LSD.

A informação sobre o uso de droga e o afogamento está na conclusão do laudo do Instituto Médico-Legal (IML) ao qual o G1 teve acesso nesta sexta-feira.

"Meu filho nunca foi um viciado. Era o melhor filho que uma família poderia ter", disse o pai de Victor, Jose Marques. "Meu filho não morreu, ele está vivo para mostrar que quem está morrendo somos nós", completou a mãe, Vilma Santos. "Se ele usou droga e ficou alucinado, tinham que ter seguranças para parar, prender", afirmou.

Procurada para comentar o assunto, a Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que o caso corre sob sigilo policial e por isso não poderia saber qual foi a conclusão do laudo. A investigação é feita pelo Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP).

Para Vilma, houve uma combinação de negligências que resultou na morte do filho dela. "Negligência de quem forneceu a droga, negligência de quem alugou o espaço, negligência de quem vende aquela bebida com o nome de 'amnésia'. Para mim, tudo que tira você do seu real, não é normal, porque você tem que sempre que estar preocupado com o outro, ver quem está do seu lado. Negligenciou também quem estava do lado dele e que se dizem amigos”, declarou Vilma.

Emocionada, ela admitiu, no entanto, que o filho fez uso de droga na festa da USP. “Meu filho saiu, sim. Ele tinha idade suficiente para saber o que estava fazendo e ele usou uma substância, e essa substância foi forte demais. Responsabilidade, sim, tem o estado, responsabilidade tem o país, responsabilidade tem quem deixou entrar. Tem a responsabilidade, como tive eu como mãe e como o pai de educar”, enfatizou.

Laudo contestado

O advogado que defende os interesses da família, Ademar Gomes, disse, por sua vez, que irá contestar alguns pontos do laudo sobre a morte de Victor Hugo Santos. Gomes disse que não teve acesso ao documento e que tem conhecimento apenas do que foi divulgado pela imprensa.

“Eu vou contestar o laudo. Esse laudo eu entendo que ele ainda não é conclusivo.” O advogado citou o hematoma do olho e as escoriações. “Queria saber por que esses hematomas? E por que as escoriações também?”, questionou.

Outro ponto de dúvida de Gomes é em relação a ingestão de bebida alcoólica. Segundo ele, os amigos do jovem teriam dito que ele bebeu cerveja, mas no laudo não consta a presença de álcool no sangue de Victor Hugo.

“Aí minha dúvida, ingeriu ou não ingeriu? E como ele conseguiu chegar até a raia, onde foi encontrado. Isso também nos deixa muito preocupados. Porque ele nadava, ele sabia nadar. A pessoa que sabe nadar, mesmo que estivesse alcoolizado ou não, ou drogado ou não, ele conseguiria nadar”, destacou.

Ao ser questionado sobre o consumo da droga, Gomes disse que essa parte não será contestada. “Até pode ser realmente que ele tenha ingerido a droga, essa parte não vou contestar. O afogamento eu contesto porque ele sabia nadar.”

Investigação

Segundo policiais ouvidos pelo G1, o resultado do laudo reforça a tese de que a morte de Victor pode ter sido acidental. Outra hipótese investigada é a de que ele foi assassinado. O DHPP ainda não concluiu o inquérito.

Testemunhas disseram à investigação ter visto o aluno do Senac pela última vez apanhando de seguranças de uma festa na Universidade de São Paulo, na madrugada do dia 20 de setembro. Era um evento fechado no velódromo, regado a bebidas alcoólicas e shows musicais.

Depois disso, Victor desapareceu e seu corpo foi encontrado três dias depois boiando na água, na raia da USP, em frente ao velódromo.

De acordo com o laudo, a droga encontrada no organismo de Victor é 25B-NBOMe, que no Brasil é vendida como LSD. A droga sintética causa alucinações.

O laudo apontou que o aluno morreu até um dia após sumir. Não foi encontrado álcool no corpo de Victor. O documento não deixa claro como foi a morte. Anteriormente, investigadores haviam dito que o corpo não tinha sinais de afogamento.





Fonte: Do G1

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