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Internacional
Quarta - 19 de Setembro de 2012 às 11:26

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Os grevistas da mina de platina Marikana conseguiram um aumento salarial de entre 11 e 22%, em um acordo assinado com o grupo de mineração britânico Lonmin na noite de terça-feira, após quase seis semanas de um conflito sangrento que abalou a África do Sul, com a morte de 34 mineiros em 16 de agosto. O acordo alcançado depois de mais de três semanas de difíceis negociações estipula que "todos os funcionários retomem o trabalho na quinta-feira às 07h00" (02h00 no horário de Brasília) e prevê entre 11% e 22% de aumento salarial, de acordo com a Lonmin. O resultado das negociações foi bem recebido pelos mercados com um aumento de quase 9% das ações do grupo Lonmin, para 708,4 libras, nos primeiros minutos de operações na manhã desta quarta-feira na Bolsa de Londres. "Temos o prazer de anunciar a conclusão dessa difícil negociação", declarou à imprensa Abey Kgotle, diretor executivo para assuntos gerais. Ele ressaltou que todas as partes assinaram o acordo - a Lonmin e quatro sindicatos -, incluindo a poderosa federação de mineração NUM e os dissidentes da AMCU. "Nós não podemos esquecer que chegamos até aqui devido à semana trágica do mês de agosto", acrescentou, dedicando o acordo para "todos os funcionários que foram enterrados". Kgotle negou que tenha criado um precedente que pode trazer complicações para o restante da indústria da mineração ou no setor de platina, justificando que "medidas extraordinárias foram tomadas em resposta a uma situação extraordinária". No total, 45 pessoas morreram desde o início da greve não autorizada na Lonmin, em 10 de agosto. "A assinatura deste acordo abre um novo capítulo e evidencia todo o trabalho que ainda precisa ser feito para transformar e mudar a vida da classe trabalhadora na África do Sul", comentou o representante do pequeno sindicato radical AMCU, que incentivou a greve ilegal, Joseph Mathungwa. "Quando você olha para o acordo, vê que poderia ter sido alcançado sem todos os mortos". As páginas seguintes do acordo detalham os aumentos salariais para 24.000 das 28.000 pessoas que a Lonmin emprega. Além dos aumentos salariais, as propostas da Lonmin para serem colocadas em prática a partir de 1º de outubro incluem promoções para funcionários que ocupam postos mais altos. Os operários que iniciaram o movimento receberão um aumento de 22%; os mineiros de base, 15%; e os outros, de acordo com um acordo anterior, de 9 a 10% no início de outubro e mais 2% extras. O conflito da Lonmin, empresa que explora a mina de Marikana, desencadeou uma série de greves e revoltas na região de Rustenburg, grande produtora de platina. Na segunda-feira, o presidente sul-africano, Jacob Zuma, tinha pedido a empregadores e empregados em greve que chegassem rapidamente a um acordo por causa do impacto sobre a economia do país, que poderia entrar em "recessão". O setor de mineração é o coração econômico do país e contribui com 9% do PIB, ou 19%, se forem incluídas todas as atividades auxiliares. O governo sul-africano, preocupado com as consequências econômicas das tensões sociais no setor, anunciou na sexta-feira passada medidas para manter a ordem na região de Rustenburg, que extrai um quinto da produção de platina global.




Fonte: AFP

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