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Cidades/Geral
Terça - 14 de Abril de 2015 às 16:08

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Mato Grossoé o segundo estado com maior número de mortes e famílias envolvidas em conflitos no campo. Um relatório divulgado nesta segunda-feira (13) pela Comissão Pastoral da Terra (CPT) apontou que a quantidade de pessoas assassinadas no Brasil em conflitos cresceu nos últimos dois anos. Passou de 34 para 36 vítimas em 2013 e 2014.


No ano passado, foram 39 mortes por conflitos no campo envolvendo trabalhadores sem-terra, assentados e posseiros. Segundo o relatório, o estado do Pará lidera em número de assassinatos nessas situações, com nove mortes. Em seguida, está Mato Grosso, que registrou cinco mortes em 2014. Até 2012, a maioria das vítimas era índios e quilombolas, mas a realidade mudou.

Famílias acampadas em áreas rurais nas regiões norte e sul dizem estar com medo. “Quando saímos do acampamento para a cidade, nunca saímos sozinho. Tem situações [simples], como tomar banho, em que não estamos indo sozinhos. Procuramos ir sempre em grupo, porque é complicado”, comentou um assentado, que pediu para não ser identificado.

O coordenador da Comissão Pastoral da Terra, padre Paulo César Moreira, disse que deveria haver uma estrutura para evitar esse tipo de crime, que, normalmente, é seguido de uma ameaça. "Infelizmente essas pessoas assassinadas já estavam sendo ameaçadas de morte. Então, são mortes que foram anunciadas e teria que existir uma estrutura para tentar bloquear o avanço da injustiça, porque as pessoas estão morrendo. E isso, para nós, é grave”, afirmou.

Outra vítima de ameaça é o sem-terra Wendel Giroto, coordenador do Assentamento 13 de Outubro, no município de Santa Terezinha, 1.329 km na região sul do estado. Aproximadamente 350 famílias vivem no local. "Alguns desses policiais da região têm agido de forma violenta. Chega nos acampamentos sem oficial de justiça, sem uma autorização oficial da justiça”, disse.

O coordenador do movimento ainda relata que os policiaIs agem de forma agressiva nas reintegrações de posse. “Toda vez que os policiais chegam para fazer o despejo têm feito de forma violenta e vários trabalhadores foram presos nas reintegrações de forma bruta. Eles ameaçam, prendem, batem e acabam machucando as pessoas”, comentou.





Fonte: G1MT

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